A presidente Dilma Rousseff prometeu dar prioridade no segundo mandato para a reforma política, o combate à corrupção e à inflação, e a promoção do crescimento econômico. A petista foi reeleita neste domingo (26/10) após vencer a disputa contra Aécio Neves (PSDB). A presidente somava 51,64% dos votos, ante 48,36% do tucano, com 99,98% das urnas apuradas no fim da noite.
“Não acredito, sinceramente, do fundo do meu coração, não acredito que essas eleições tenham dividido o país ao meio. Entendo sim, que elas mobilizaram ideias e emoções, às vezes contraditórias, mas movidas por um sentimento comum: a busca de um futuro melhor para o país”, disse a presidente no primeiro pronunciamento após a confirmação da vitória, em Brasília.
A petista fez um apelo aos partidos da base aliada, fragmentada durante as eleições – houve estados em que partidos coligados nacionalmente ao PT pediram voto para adversários. “Minhas primeiras pelavas são portanto de chamamento da base à união. Nas democracias maduras, união não significa necessariamente unidade de ideias, nem ação monolítica. (Significa) em primeiro lugar abertura e disposição para o diálogo. Esta presidenta aqui está disposta ao diálogo, e é este o meu primeiro compromisso do segundo mandato: diálogo”, disse a petista.
Sobre a reforma política, Dilma ressaltou que o tema foi um dos mais frequentes ao longo da campanha. “O meu compromisso, como ficou claro durante toda a campanha, é deflagrar esta reforma, que é responsabilidade constitucional do Congresso, e que deve mobilizar a sociedade por meio de uma consulta popular”. A presidente propôs uma consulta popular, através de um plebiscito, para “encontrar a força e a legitimidade exigida neste momento de transformação”.
Outro “calcanhar de Aquiles” de Dilma durante o pleito, a inflação também foi lembrada no discurso. “Seguirei combatendo com rigor a inflação”, garantiu a petista, que planeja ainda “dar mais impulso à atividade econômica em todos os setores, em especial no setor industrial”. Dilma garantiu que se sentará com diversos setores da economia para dialogar.
Dilma disse ainda que o Brasil “saiu maior dessa disputa”. “É hora de cada um, de todos nós, acreditarmos no Brasil, de ampliarmos o nosso sentimento de fé nessa nação incríovel, a quem nós temos o privilégio de pertencer e a responsabilidade de fazê-la cada vez mais próspera e mais justa”.
“Brasil, mais uma vez, esta filha tua não fugirá da luta. Viva o Brasil, viva o povo brasileiro!”, despediu-se, emocionada, a presidente. Durante o pronunciamento, Dilma foi interrompida a todo momento por gritos da militância, que exaltou a ela e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presente ao evento. Dilma fez questão de agradecer à militância e a Lula, a quem classificou como o “militante número 1 das causas do povo e do Brasil”.