O Kujuba
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A solidão sempre fez e sempre fará parte do cotidiano dos presidentes da República. No Brasil ou em qualquer lugar do mundo. A solidão é inerente ao exercício do poder.
Após a consolidação da democracia no Brasil com o exercício do voto, o primeiro presidente eleito foi Tancredo Neves, pela via indireta, que morreu antes de assumir. Em seu lugar tomou posse o vice José Sarney, que trouxe consigo a turma do Maranhão.
Com a eleição direta elegeu-se o caçador de marajás Fernando Collor de Mello, que trouxe na bagagem a turma de bajuladores de Alagoas juntamente com a turma de Brasília.
Após Collor ser defenestrado em 1992 pela via do impeachment, assumiu em seu lugar o vice Itamar Franco. Este trouxe para o Planalto Central a galera do pão de queijo mineiro.
Carioca de nascimento, mas com a cultura paulista, o sucessor de Itamar, Fernando Henrique Cardoso cercou-se de intelectuais e de alguns políticos a quem convidava para, nos fins de semana, ir ao Palácio da Alvorada trocar ideias e ouvir de seus convivas o que de bem ou de mal falavam do seu governo.
Encerrada essa fase histórica, iniciou-se, com a eleição de Luis Inácio Lula da Silva, a prática de o presidente petista convidar sindicalistas e outras lideranças do gênero para, nos fins de semana em que o presidente estivesse disposto a exercitar seus dotes culinários, elaborasse o seu “famoso” coelho na panela de ferro.
Nessas reuniões, ou “coelhadas”, como alguns chamavam, eram construídas as vigas mestras da corrupção sistêmica que foi implantada no governo federal.
Houve o Mensalão, denunciado pelo então deputado Roberto Jeferson (PTB-RJ), primeiro delator de que se tem conhecimento, e que virou símbolo do combate à corrupção.
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Descobertas as falcatruas, julgados e condenados, quase todos foram abandonados por Lula. Nasceu então o Petrolão, já em fase avançada de investigações.
Nenhum presidente, até a eleição da mãe do PAC, deixou de ter sua turma de convivas, puxa-sacos ou não, aconselhadores e/ou pessoas que tinham interesses na condução na administração federal.
O que se vê nos Palácios do Planalto e da Alvorada é uma presidenta completamente só no exercício de seu segundo mandato. Dilma não conseguiu, no primeiro mandato e tampouco no segundo recém-iniciado, reunir ninguém da sua relação pessoal ou social para trocar ideias e ouvir críticas na condução do seu governo.
E será que admitiria tais críticas?
A presidenta tem convivido quase que diuturnamente com a mãe, com a filha e o neto Rafael.
Não se tem notícias de alguma reunião no Alvorada que não seja de trabalho onde os que comparecem tenham escapado de um pito da gerentona.
Dilma vive completamente só e não tem uma turma para chamar de sua.
Agora mais deprimida e só, lê nos jornais que seu ex-marido guerrilheiro era chegado a pular a cerca com uma militante que virou atriz.
Dilma não tem um amigo pra chamar de seu.
Presidenta, ainda é tempo! Cultivar amigos faz bem. Ouvi-los é ainda melhor!
Aproveite este fim de semana prolongado e reflita.
Vai lhe fazer um bem danado.
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