Sindicato dos Bancários do DF
Os bancários do Itaú de todo o País realizaram, na quinta-feira (14), um Dia Nacional de Luta, organizado pela Contraf-CUT, contra a reestruturação do banco, anunciada no início do mês, e que tem gerado muitas demissões. Em Brasília, o Sindicato iniciou a mobilização colando cartazes em todas as agências do Itaú, durante a madrugada, com frases como “Eu faço a cultura itubers e quero ser respeitado”, numa referência a como o banco passou a chamar o trabalhador da instituição.
Os dirigentes sindicais visitaram as duas agências do Itaú em Ceilândia e dialogaram com os bancários e com a população, informando sobre os absurdos que vêm ocorrendo dentro das unidades bancárias. “Esclarecemos que a atividade é motivada por um conjunto de fatores, como as dispensas que já vinham sendo feitas pelo Itaú, o fechamento de agências, a falta de contratações, as metas abusivas, o adoecimento da categoria. Ou seja, tudo que é reflexo dessa política do banco de buscar o lucro de qualquer forma, não respeitando a categoria bancária”, pontua Sandro Oliveira, diretor do Sindicato e bancário do Itaú.
E acrescenta: “Reiteramos que a população também é vítima do descaso e a exploração dos banqueiros, em função das taxas de juros e tarifas exorbitantes, das dificuldades em acessar uma agência bancária, das filas intermináveis e do péssimo atendimento pela falta de trabalhadores”.
O diretor da Fetec-CUT/CN e bancário do Itaú, Washington Henrique, assinalou que na última reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú ficou definido que o mote desta campanha seria #RespeiteOsItubers, como é chamado agora o trabalhador pelo banco. “Nós optamos por esse tema para fazer frente ao que o banco diz, porque consideramos um desrespeito as demissões e os fechamentos de agências, sem haver sequer uma discussão com o Sindicato. E hoje o trabalho bancário está precário devido à terceirização”, disse ele.
Propagandas milionárias
As propagandas feitas pelo Itaú também foram citadas durante a mobilização. “O banco faz gastos milionários com campanhas publicitárias, no intuito de impor uma marca de responsabilidade social, enquanto todos nós sabemos que não é nada disso, começando com o que ocorre nas dependências das agências, como os adoecimentos causados pelas metas cada vez mais abusivas, pela sobrecarga de trabalho decorrente das demissões e da cobrança por resultados, além de assédio moral”, enfatiza Sandro Oliveira.
Lucros exorbitantes x demissões
De janeiro a maio de 2022, foram encerradas 211 unidades do Itaú, banco que mais lucrou no primeiro trimestre deste ano. Foram R$ 7,3 bilhões nos três primeiros meses, uma alta de 15,1% em relação ao mesmo período de 2021. “Porém, mesmo com esses lucros exorbitantes, o banco continua demitindo e fechando postos de trabalho. Com essa atitude, o Itaú desrespeita o processo negocial da mesa da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos)”, observa Edmilson Lacerda, diretor da Fetec-CUT/CN e bancário do Itaú.
De acordo com os diretores do Sindicato, durante a mobilização, eles tiveram o apoio de todos os funcionários do Itaú e da população, que entenderam o mote da campanha.