Nesta segunda-feira (14) é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue e tem início a campanha Junho Vermelho. A data foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para lembrar da importância da conscientização quanto à necessidade da doação de sangue e como uma forma de agradecimento aos doadores. No Brasil, o objetivo é aumentar a pequena quantidade de doadores, que é de apenas 1,8% da população. O percentual está aquém das necessidades dos hemocentros e hospitais.
A pandemia do coronavírus impactou de forma negativa a doação de sangue na Fundação Hemocentro de Brasília (FHB). O movimento de doadores nos cinco primeiros meses de 2021 está menor que nos últimos dois anos.
A média entre janeiro e maio deste ano está em 142 doações por dia. No mesmo período do ano passado, essa média era mais alta, de 154 doações, enquanto que nos cinco primeiros meses de 2019, o número de doações era maior ainda, de 168 por dia. O número atual corresponde a uma redução de 8% com relação a 2020 e de 15,5% com relação a 2019.
Em 10 de junho, o estoque de sangue no Hemocentro de Brasília encontrava-se crítico para o tipo O- (mais raro); baixo para os tipos B-, AB- e O+; e regular para os tipos B+, AB+, A+ e A-.
Requisitos para doar
Entre os requisitos básicos para a doação de sangue estão: apresentar boa condição de saúde; ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos, precisam estar acompanhados de um responsável); pesar no mínimo 51 quilos; estar descansado (ter dormido pelo menos seis horas nas 24 horas anteriores); estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas quatro horas que antecedem a doação); ter repousado bem na noite antes da doação; e apresentar documento original com foto recente, que permita a identificação do candidato.
Além dos requisitos básicos a serem cumpridos pelas pessoas interessadas em doar sangue, há diversos fatores que impedem o ato, alguns temporários e outros definitivos. Há ainda critérios relacionados ao uso de medicamentos, cirurgia ou outros procedimentos, comportamento sexual, acupuntura, viagens, doenças, vacinas, gravidez e amamentação, drogas, tatuagem, piercing e maquiagem definitiva.
O intervalo entre as doações de sangue é de 90 dias para as mulheres e de 60 dias para os homens, sendo que as mulheres podem doar no máximo 3 vezes durante um período de 12 meses, e os homens podem doar 4 vezes. Durante a triagem clínica o doador é avaliado, tendo como critério situações de risco acrescido para aquisição de doenças transmissíveis pelo sangue. São realizados questionamentos sobre comportamento sexual do doador. As situações são avaliadas de maneira sigilosa e individual pelo profissional que realiza a triagem clínica.
Atendimento preferencial
No Senado tramitam projetos de lei que buscam incentivar e aperfeiçoar a doação de sangue. Entre eles o PL 3.607/2020, que obriga a testagem laboratorial do sangue e do plasma doados aos hemocentros de forma a detectar o coronavirus e, com isso, pesquisar a frequência de indivíduos na população que apresentam anticorpos contra a doença e a disponibilidade de plasma convalescente. De autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o texto aguarda votação em Plenário.
Em 15 de abril, os senadores aprovaram substitutivo do senador Omar Aziz (PSD-AM) ao Projeto de Lei (PL) 1.855/2020, do senador Irajá (PSD-TO), que inclui os doadores de sangue entre as pessoas com direito a atendimento preferencial — assim como já acontece com pessoas com deficiência, idosos, gestantes, lactantes, indivíduos com crianças de colo e obesos — em repartições públicas, bancos, rodoviárias, hospitais, correios, entre outros locais. Para tanto, os doadores precisarão apresentar comprovante de doação, com validade de 120 dias. O texto aprovado pelos senadores está em análise na Câmara dos Deputados.
Também aguarda votação na Câmara o PL 1.322/2019, aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado em julho de 2019, que concede meia-entrada em eventos artístico-culturais e esportivos aos doadores de sangue regulares (ao menos três vezes ao ano). O projeto é de autoria do senador Fabiano Contarato (Rede-ES).
Fonte: Agência Senado