Júlio Pontes (*)
Nesta sexta-feira (15), celebra-se o Dia Internacional da Democracia. A data, criada pela Organização das Nações Unidas em 2007, é a oportunidade de lembrar à população mundial a definição de Democracia pela própria ONU: “Valor universal baseado na vontade, expressa livremente pelo povo, de determinar o seu próprio sistema político, econômico, social e cultural, bem como na sua plena participação em todos os aspectos da vida”.
Em fevereiro de 2023, o DataSenado divulgou pesquisa que demonstra que o apoio ao sistema político brasileiro cresce desde 2019. No primeiro ano de mandato de Jair Bolsonaro, apenas 58% dos brasileiros consideravam a democracia a melhor forma de governo. Ao final de 2022, 73% dos brasileiros declararam apoiar “incondicionalmente” a Democracia. A boa marca foi um “alento” para os senadores, segundo o próprio Senado Federal.
E se você, leitora ou leitor, relacionou este número com o resultado das eleições do ano passado, está no caminho certo. Não foram poucas as vezes que o ex-presidente ameaçou o Estado Democrático de Direito e as instituições que o sustentam. Lembremos a comemoração do Dia da Independência, em 7 de setembro de 2021, quando o ex-presidente colocou tanques de guerra na Esplanada dos Ministérios insinuando um golpe eminente.
Portanto, o Dia Mundial da Democracia é um prato cheio para os políticos. Com certreza, enquanto escrevo este artigo para o Brasília Capital, equipes de comunicação de parlamentares e autoridades de outros Poderes em todo o Brasil, quiçá no mundo, preparam seus conteúdos a serem publicados e postados nas redes sociais em alusão à data. Não é para menos. É a Democracia que garante a todos eles os mandatos que cumprem — ou almejam um dia exercer.
Mas, se você assessora (ou é) algum dos políticos que atuaram na tentativa de derrubada da Democracia, repense essa publicação. E se mesmo com a demagogia optar por se pronunciar sobre a data, o faça tranquilo, pois é a própria Democracia que o permite fazê-lo sem censura ou represálias.
A menos que você “ultrapasse as quatro linhas da Constituição Federal”.
(*) Especialista em Marketing Político Digital