Hoje é um dia de incertezas para os 470 mil estudantes da rede pública de ensino. A volta às aulas nas 657 escolas públicas do Distrito Federal está ameaçada. Insatisfeitos com o parcelamento dos salários e com a falta de definição sobre onde alguns docentes serão lotados, professores organizaram uma assembleia-geral hoje às 10h, na Praça do Buriti. Caso não sejam apresentadas soluções para os impasses, a categoria promete entrar em greve.
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O momento é marcado pela insatisfação de pais e professores devido à instabilidade de retorno. Em entrevista ao JBr.no último sábado, o secretário de Educação, Júlio Gregório, afirmou que acredita que o calendário escolar será mantido.
Uma das questões mais polêmicas diz respeito às condições das estruturas físicas das escolas para receber alunos e funcionários. De acordo com a Secretaria de Educação, a vistoria abrangeu somente 172 dos 336 estabelecimentos de ensino em mau estado de conservação, que incluiu consertos nos sistemas elétrico e hidráulico e a reposição de telhado. O custo foi de R$ 3,5 milhões, provenientes do orçamento local.
Segundo o diretor do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), Samuel Fernandes, os educadores ao retornarem das férias, na última quinta-feira, se depararam com muitas escolas precárias e com as estruturas comprometidas.
“O governo mudou o calendário alegando que seriam reformadas, mas não foram. A maioria dos colégios está do mesmo jeito de quando as aulas encerraram, em dezembro”, ressalta. O sindicato não garante que o ensino volte normalmente amanhã. “Tudo depende do que será definido na assembleia”, revela o diretor Cláudio Antunes.
A aposentada Rosa Maria das Chagas, 64, conta que as netas Alice, 12, e Sabryna, de sete, estão ansiosas para o primeiro dia de aula, em Sobradinho. “É uma falta de respeito com as crianças”, disse.
Qualidade do ensino acaba prejudicada
A dona de casa Adelice Santos, 29 anos, revela que tem medo de que o ensino do filho Kauã Felipe da Silva, de sete anos, seja prejudicado. “Vejo que a educação das crianças não está sendo prioridade do governo”, aponta. Segundo ela, o menino irá cursar o 2º ano do Ensino Fundamental, em São Sebastião, e apesar de saber ler, precisa melhorar.
“Lembro que no ano passado, ele só teve aula praticamente durante seis meses, porque os professores viviam de atestado ou em greve. Assim, não dá”, acrescenta.
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Se para os pais os motivos de reclamações são muitos, para os professores o cenário é semelhante. O principal motivo é a dívida do governo de pelo menos R$ 148 milhões.
A previsão do GDF é quitar os débitos do ano passado até junho deste ano. Segundo o Sinpro-DF, os débitos englobam os direitos trabalhistas dos servidores públicos efetivos e de contrato temporário, um terço de férias e o 13º salário dos aniversariantes de dezembro e dos nascidos entre janeiro e agosto. A categoria ressalta que não aceita a proposta de parcelamento de salário.
Trânsito
Ainda que a indecisão permeie, a operação “Volta às Aulas – Escolas Públicas”, do 1º Batalhão de Policiamento Escolar (1ºBPEsc), começará hoje às 6h, no Colégio Setor Oeste, na 912/913 Sul, para garantir a tranquilidade no regresso.
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