Os parques ecológicos do Distrito Federal vão receber, no dia 8 de dezembro, mais de um milhão de mudas de árvores. O Movimento Tempo de Plantar lançou a Gincana Verde, que aproveita o tempo das águas para reflorestar os parques e qualquer lugar da cidade que caiba uma árvore.
“O Tempo de Plantar é o tempo das chuvas, que varia muito, mas pode começar em setembro e ir até março, quando as águas de março vêm fechar o verão. Mas temos uma data para fazer esse grande mutirão, simultaneamente, em todas as cidades que aderirem à causa. No Bioma Cerrado, o dia ideal é 8 de dezembro, quando, concomitantemente, centenas de pessoas vão sair de casa para plantar uma árvore”, informa o líder do movimento Tempo de Plantar, Paulo César Araújo da Silva.
“Qualquer pessoa pode plantar uma árvore, quem sentir o chamado da Mãe Terra é convidado a participar”, diz ele. O movimento é aberto para quem quiser ser voluntário e preconiza a ideia de que qualquer lugar merece ter uma sombra.
Uma árvore por ano – Os idealizadores dizem que os espaços degradados, sem vida, sem verde são merecedores de uma árvore. “Plantar árvores é mais do que um direito. É uma necessidade humana. É nossa conexão com a Mãe Terra”, afirma Paulo César. O Movimento Tempo de Plantar e o Projeto Reflorir informam que, este ano, a maior parte dos plantios será nos parques das cidades.
“Estamos orientando os cidadãos a plantarem em parques, mas, se eles se sentirem livres para plantar em outros lugares, encorajamos que o façam. Estamos encorajando que todo ser humano tenha como propósito de vida deixar como legado uma árvore para cada ano de sua vida. Se todo ser humano fizer isso, a extinção da espécie humana e da vida estará contida”, assegura Paulo César.
Plantar espécies nativas do Cerrado
Os idealizadores do mutirão sugerem plantar árvores nativas do Cerrado, não só apenas de uma única espécie, como ipês amarelos, por exemplo. “Não queremos uma monocultura de árvores. Queremos diversidade. O cerrado tem milhares de espécies de árvores, plantas, algumas ainda não catalogadas pela ciência. Ao plantar árvores, não pensamos apenas nos seres humanos, mas também em todas as outras espécies”.
Comitês – Os comitês estão organizados em quase todas as Regiões Administrativas do DF. Uma única RA pode ter vários comitês. Um grupo de cinco, sete pessoas já pode formar um comitê. “Para plantarmos um milhão de árvores em um dia, todos os anos, vamos precisar de todo mundo”, afirma.
Paulo César assegura que plantar árvores é a ação mais eficiente para mitigar a crise climática. Segundo ele, recentemente, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou esta como a década do reflorestamento . “Isso por si só já é um motivo para plantar árvores. Mas o motivo maior é que plantar uma árvore é um gesto de gratidão, de reconexão com a Mãe Terra. É retribuir a ela o amor incondicional que tem por todos nós”, diz.
Ousadia e desafio
João Bruno, do Projeto Reflorir, diz que achou a meta de plantar um milhão de árvores num único dia um projeto ousado. “Adoro desafios e sendo Paulo César facilitador da técnica organizacional Dragon Dream – um sistema integrado e um método completo para a realização de projetos criativos, colaborativos e sustentáveis –, após diversas reuniões, até mesmo com oficina gratuita de Dragon Dream, senti confiaça e acreditei no projeto”, afirma João Bruno Vidal Moreira, proprietário e idealizador do Projeto Reflorir.
O Projeto Reflorir está com vários programas em andamento, como os de Restauração Ecológica; Arborização Urbana; Reflorir nas Escolas; Reflorir nos Parques; Adote Uma Muda; Florestas Urbanas; Programa Tétis – Água Pura.
“Em parceria com o Movimento Tempo de Plantar, o Reflorir está diretamente envolvido, em 2019, no plantio de mudas de espécies nativas nos Parques da Asa Sul e Olhos D’Água, tendo previsão de plantar quinhentas mudas em cada um desses parques em caráter de restauração ecológica, com o apoio de voluntários que integram o Comitê Regional de Plantio do Plano Piloto”.
Mudas – O Projeto Reflorir colabora também, voluntariamente, na produção de mudas nos Viveiros Comunitários do Lago Norte e do Park Way. “A iniciativa é uma forma de combater a alarmante degradação ambiental que ocorre no DF e que vem aumentando cada vez mais. Áreas de Preservação Permanente são alvos de ocupação degradante. As leis que as tutelam vêm sendo descumpridas até pelo governo. A orla da Ponte JK , no Setor de Clubes Esportivos Sul, não tem mais a mata ciliar nem os 30 metros de APP que é exigido por lei. Um absurdo”, denuncia.
Bruno diz que é preciso mudar o padrão de urbanização de modo a convencer a população de que as árvores são também infraestrutura. “Integrar essas ‘infraestruturas verdes’ nas áreas urbanas é mais do que necessário: É vital”