Umas das grandes novidades do projeto de implantação da coleta seletiva no DF é a construção de \”Centros de Triagem\”. Ao todo, serão construídas 12 unidades, e até maio quatro delas estarão em funcionamento.
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As estruturas servirão de apoio aos 1,5 mil catadores das 32 cooperativas cadastradas no Serviço de Limpeza Urbana (SLU). Elas terão capacidade para abrigar até 173 trabalhadores por turno e poderão funcionar com até três escalas de trabalho diárias.
As quatro primeiras unidades serão construídas em terrenos do SLU e estarão localizadas na L4 Norte, Ceilândia, Gama e Setor de Garagens e as outras oito serão doadas para as cooperativas por meio de parceria com BNDES. Cada uma contará com refeitório; vestiário com armários, banheiros e chuveiros; sala multiuso; além do galpão de triagem e área de administração.
Os trabalhadores contarão ainda com aparelhos modernos como esteiras, balanças, prensas e equipamentos de segurança individual.
De acordo com o diretor do SLU, Gastão Ramos, as cooperativas que não tiverem espaços próprios para a triagem do lixo seco terão prioridade na utilizarão dos centros. \”Vamos fornecer um local adequado para aqueles que não têm onde realizar esse trabalho e ficavam ao relento\”, informou o diretor.
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Rotina que Antônio Carlos Moreira, 28 anos, da Associação Pré-cooperativista dos Catadores e Recicladores de Resíduos Sólidos de Ceilândia (APCORC), espera que se torne realidade em breve. \”Acho que esses centros vão melhorar muito nossas vidas. Aqui na usina não temos refeitório, e só as mulheres podem tomar banho\”, afirmou o catador, que trabalha há oito anos na usina de compostagem do Setor P Sul, em Ceilândia.
O presidente da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis do DF, Recicla Brasília, Roque Moreira de Almeida, aposta em melhores condições de trabalho e aumento na renda com a construção desses espaços. \”Com a coleta seletiva vamos receber material de qualidade. Assim, não teremos que mexer mais com o lixo orgânico e poderemos aproveitar o tempo na separação de mais recicláveis\”, afirmou o catador.
Outra vantagem apontada por Almeida é a redução no número de contaminações e acidentes causados pelo contato direto com o rejeito. \”Já tivemos vários catadores que morreram ou ficaram doentes. E, se a população embrulhar os vidros, ninguém mais vai se machucar\”.
ESTRUTURA – Os centros de triagem terão dois pavimentos. O superior abrigará esteiras de separação, compartimentos para lançamento dos resíduos não aproveitados e silos de armazenagem do material bruto.
No térreo, ficarão as áreas de prensagem, de separação secundária e de armazenagem do resíduo separado, além de depósitos de material prensado, entre outras instalações.