Paulo Roque
A volta do ex-governador José Roberto Arruda (PL) à cena política tem levantado algumas questões importantes. Independentemente do acerto ou desacerto da Justiça nas suas decisões, algumas perguntas não devem deixar de ser feitas:
Pergunta número um: aquela cena onde o ex-governador aparece recebendo propina, ela nunca existiu? Sumiu da memória dos brasilienses?
Pergunta número dois: o dinheiro que o ex-governador aparece recebendo em uma sacola, esse dinheiro é fake? Também foi apagado da memória do povo da Capital da República?
Outra pergunta que fica é a seguinte: por que, a exemplo de Arruda, políticos, mesmo condenados, estão voltando à cena política com decisões liminares?
Infelizmente, são cenas muito fortes de uma época que o Distrito Federal viveu. Acredito que elas estejam bem presentes na memória do cidadão comum que paga seus impostos, cumpre suas obrigações.
Para esse cidadão, cumpridor de seus deveres e de suas obrigações, isso gera uma verdadeira sensação de que a corrupção vale a pena no Brasil.
O fato é que o Distrito Federal não pode desistir da ética e da honestidade na política, porque se a sociedade abdica desses valores, significa que o combate à corrupção deixa de ser uma bandeira permanente da sociedade.
O Brasil não pode, jamais, abandonar o combate à corrupção. O eleitor precisa refletir sobre esse retrocesso.
A palavra e veredicto agora ficam por conta de quem vota. É do eleitor a responsabilidade de dizer se essas personalidades políticas devem voltar ou não.
Particularmente, tenho a convicção de que o DF não desistiu da ética e da honestidade na política.
É duro pagar nossos impostos? É duro. É uma fatia considerável das nossas rendas que vai para o pagamento de impostos? É uma fatia considerável?
O Estado já não devolve adequadamente na forma de serviços públicos eficientes. Mas dói muito mais quando parte desse dinheiro vai para engordar o caixa de políticos mal-intencionados.
A despeito, então, de todas as decisões que têm ocorrido, o eleitor tem a grande responsabilidade de dizer, nas próximas eleições, que corrupção importa sim. Que político corrupto não tem vez na Capital da República.
Portanto, não podemos desistir da ética e da honestidade na política.
(*) Advogado e jornalista – Pré-candidato ao Senado pelo Novo