A vacinação em massa contra a covid-19 no sistema prisional do Distrito Federal teve início no dia 8 de julho e foi concluída nesta semana. Ao todo, 14.954 pessoas privadas de liberdade e cerca de 600 policiais penais receberam a dose única da vacina Janssen, disponibilizada pela Secretaria de Saúde (SES) na sétima e última fase de vacinação.
O resultado é fruto do trabalho alinhado entre os gestores da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape/DF) e da SES desde que os primeiros casos de contaminação pelo novo coronavírus foram detectados no DF. Os dados são da Gerência de Saúde do Sistema Prisional (Gsau), da Seape.
“Nosso objetivo sempre foi vacinar todos os policiais penais e custodiados do sistema prisional. A Seape, juntamente com a Secretaria de Saúde, além do Ministério Público e Vara de Execução Penal, trabalham em consonância, desde o início da pandemia, para resguardar a saúde e o bem-estar dos servidores e das pessoas privadas de liberdade”, comemora o secretário de Administração Penitenciária, Geraldo Nugoli.
“Hoje, somos reconhecidos pelo Departamento Penitenciário Nacional como a primeira unidade da Federação a vacinar massivamente custodiados e profissionais em todas as unidades penais que possuímos”, diz.
Durante a campanha vacinal, a Seape foi contemplada com sete etapas de vacinação, onde foram imunizados 1.204 servidores, incluindo neste número a soma da vacinação ordinária, por meio de listas de vacinação, com a vacinação extraordinária, a chamada “xepa”. Mesmo tendo realizado todas essas etapas, 586 profissionais ainda aguardavam para serem vacinados e somente 309 presos idosos haviam sido imunizados.
“Demos início à cobertura vacinal em massa contra a covid-19 no sistema prisional na semana passada e a concluímos nessa quinta-feira. A força-tarefa montada permitiu vacinar quase 15 mil presos e todos os servidores que atuam e nunca pararam de trabalhar no sistema prisional”, destaca o chefe da Gerência de Saúde da Seape, o policial penal Leandro Santiago.
Considerada uma das mais relevantes intervenções em saúde pública, a cobertura vacinal contribui para a prevenção, o controle e a erradicação de inúmeras doenças. No sistema prisional do DF o assunto é levado a sério e contribui para a manutenção da segurança e do bem-estar da população carcerária. No momento em que chegam ao sistema, os reeducandos recebem as vacinas preconizadas para adultos.
Além disso, uma vez por ano ocorre a campanha de vacinação contra a gripe, que protege contra os vírus Influenza A H1N1 e H3N2 e Influenza B, em todos os estabelecimentos penais do DF. A campanha deste ano foi realizada antes da vacinação em massa contra a covid-19, conforme planejamento das pastas da Saúde e da Administração Penitenciária.
De acordo com a SES, as atividades de imunização nas unidades prisionais devem ser realizadas a partir da adoção de procedimentos adequados. A mobilização de toda a comunidade carcerária exige um trabalho logístico bem estruturado, que envolve profissionais da saúde, segurança e a colaboração dos próprios presos.
Johnson & Johnson
Apesar de previsto no Plano Nacional e Distrital de Vacinação, a inclusão de pessoas privadas de liberdade na campanha de vacinação não foi tarefa fácil. A disputa para incluir diversas populações como prioritárias e a quantidade de imunizantes disponibilizados não favoreciam o atendimento da demanda.
A partir de várias discussões e trabalho de alinhamento entre os setores envolvidos, foi possível justificar a necessidade em atender a população carcerária com o imunizante de dose única, bem como garantir aos policiais penais ainda não imunizados que recebessem a dose única da vacina.
“A realização desta campanha, com a utilização da vacina Janssen, possui um significado maior para nós que atuamos no sistema prisional, dadas as dificuldades de movimentação e logística do próprio sistema”, explica a gerente de Saúde no Sistema Prisional, da Secretaria de Saúde, Simone Kathia de Souza.
De acordo com ela, o resultado final foi extremamente positivo. “Seguimos juntos e com maior consciência coletiva, pois temos aprendido o quanto a saúde de um interfere na saúde de todos aqueles que circulam dentro do sistema, e na sociedade como um todo, pois os visitantes fazem parte desta engrenagem. O que fazemos para preservar a saúde no interior das unidades penais reflete para além dos muros das prisões”, define.