A Polícia Federal, com apoio do Ministério do Trabalho e da Receita Federal, desmantelou, na terça-feira (14), a maior quadrilha de falsificação de cigarros já presa no Brasil. A “Operação Illusion” (referência à ilusão que os brasileiros estavam tendo ao comprar cigarros falsificados acreditando que eram contrabandeados do Paraguai, quando, na verdade, nos dois casos os cigarros são frutos de ações criminosas) tem números astronômicos. O esquema só foi descoberto graças à parceria entre a PF a Receita Federal, que conseguiu identificar toda a cadeia de produção dos cigarros falsos que estavam sendo produzidos no Brasil.
A quadrilha causou R$ 1,5 bilhão de prejuízos aos cofres públicos, a Polícia Federal bloqueou R$ 20 milhões de 38 pessoas físicas e de 28 pessoas jurídicas. Foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 13 de prisão temporária e 35 de busca e apreensão. A operação foi realizada em sete estados e 19 cidades, 28 paraguaios e dois brasileiros foram resgatados de uma fábrica de falsificação de cigarros em uma cidade de Minas Gerais, onde viviam em situação de escravidão. 16 pessoas foram presas e 165 homens dos três órgãos envolvidos, trabalharam na Illusion.
Hollywood – O operacional da quadrilha pode ser comparado a cenas de filmes produzidos em Hollywood. As 30 pessoas que estavam isoladas em fábricas de cigarros clandestinas no meio de fazendas em Minas Gerais eram cooptadas pelo braço da quadrilha chefiada por um empresário que morava em Barueri, interior de São Paulo, tinham seus telefones celulares recolhidos, não recebiam salários e eram vendadas até chegarem às fábricas clandestinas, onde ficavam sob vigilância de seguranças armados.
Entre os presos estão policiais rodoviários federais, policiais militares de vários estados e policiais civis usados para facilitar a passagem do cigarro falsificado pelas barreiras policiais dos cinco estados que recebiam a produção: Bahia, Minas Gerais, Pará, Amazonas e São Paulo. Também houve prisões em Alagoas e no DF.
Toda a distribuição era feita em caminhões com fundos falsos que tinham como carga principal, sapatos produzidos em Nova Serrana (MG). Alguns dos líderes da quadrilha foram presos em hotéis de luxo e mansões em Alagoas, Belo Horizonte e Pedro Juan Caballero, no Paraguai.
Os presos, segundo a PF, responderão por um ou mais dos seguintes crimes: organização criminosa, contrabando de cigarros, descaminho de maquinário, tráfico de pessoas, trabalho escravo, falsificação e uso de documento particular falso, crimes contra as relações de consumo e lavagem de dinheiro.