A disparidade no mercado de trabalho do Distrito Federal é evidenciada pelos dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego do DF (PED-DF), divulgados na terça-feira (19). A pesquisa revela que 17,9% da população economicamente ativa (PEA) negra no DF estava desempregada no último ano, enquanto a taxa de desemprego entre os não negros foi de 13,5%. Essa diferença de 4,4 pontos percentuais destaca as desigualdades raciais persistentes no mercado de trabalho da região.
Apesar da taxa mais elevada de desemprego, o documento também sublinha a importância fundamental da população negra na economia local. De acordo com a PED-DF, 60,8% das pessoas ocupadas no Distrito Federal se autodeclararam pretas ou pardas, refletindo o papel essencial desse grupo para a sustentação econômica da região.
A pesquisa também aponta mudanças no comportamento da busca por emprego entre os desempregados negros. Em 2023, o tempo médio de procura por trabalho foi de 11 meses para a população negra, enquanto para os não negros esse período foi de 12 meses. Comparado a 2022, houve uma redução de um mês no tempo de procura entre os negros.
De acordo com os pesquisadores, a maior presença de pessoas negras no mercado de trabalho local se deve, principalmente, à necessidade econômica de gerar renda, já que a força de trabalho negra continua a ser um pilar importante para a economia regional, apesar das dificuldades enfrentadas no acesso a melhores oportunidades.