O tênis nunca foi esporte que me deixasse ficar grudado na tevê vendo aquela bolinha passar, monotonamente, de lá pra cá, de cá pra lá. Até que um dia me chamou a atenção um artigo do Armando Nogueira (que basicamente falava de futebol) falando sobre o tenista e sua solidão na quadra.
Era a época do Guga Kuerten e seus shows em Roland Garros. E fui ver a solidão de que falava Armando: o sujeito, sozinho com seu rival, sem receber instruções do técnico nem aplausos dos torcedores. Somente ele, a quadra, a raquete, a bolinha e o adversário.
Esta semana, anunciou-se a despedida de Rafa Nadal de Roland Garros. Pelo que se informou, ele fará um tour por outros desafios, despedindo-se de cada um deles, mesmo enfrentando sérios problemas físicos que não o deixam jogar em sua plenitude.
Fico imaginando, nessas despedidas, o homem sozinho tentando desafiar a solidão.
Atenção. Estatística omitida neste relato: o tênis não é exatamente um esporte onde negros tenham expressiva representação. Nas quadras ou na plateia.