A constatação de várias irregularidades atestadas por órgãos de fiscalização na construção e funcionamento do Hospital de Campanha do Estádio Mané Garrincha, já desativado, levou deputados distritais a reivindicar a abertura da CPI da Pandemia que, apesar de ser defendida por vários parlamentares, não foi instalada. Para os deputados petistas Chico Vigilante e Arlete Sampaio é hora de retomar a CPI. Segundo Júlia Lucy (Novo), “é urgente dar respostas à sociedade”. Enquanto Leandro Grass (Rede), autor do pedido da comissão de inquérito, cobrou a volta do requerimento à pauta.
Durante a sessão remota da Câmara Legislativa desta terça-feira (30), Vigilante chamou a atenção para matéria exibida pela TV Globo que tratou dos “desvios de recursos públicos naquela obra”. Na opinião dele, “em um período de extrema gravidade como esse, não podemos aceitar que a situação fique como está. É preciso botar na cadeia quem roubou”. O distrital insistiu que é o momento certo para fazer a CPI: “Temos de colocar essa questão a limpo”.
Em concordância com o colega, Júlia Lucy considerou que o Legislativo local “não pode ficar quieto e sem investigar”. Ela conclamou os deputados da base governista a acatar a proposta: “Há muito dinheiro envolvido e muitas ações foram, no mínimo, questionáveis. Temos de analisar o quadro para dar respostas à população”, afirmou. Por sua vez, Arlete Sampaio acrescentou que “os testes superfaturados, já denunciados, são apenas a ponta do iceberg” no que se refere à gestão da crise pelo GDF.
Já Leandro Grass lembrou que o trâmite para a instalação da CPI da Pandemia seria simples: “Só falta trazer de volta o requerimento e revalidá-lo”. Para demonstrar o momento de dificuldade, o deputado relatou visita que fez ao Hospital Regional da Ceilândia. “A situação é calamitosa. A ala Covid-19 da unidade é um lugar de desespero”. Também reclamou do que considerou “falta de inteligência” do governo na condução da crise de saúde.
Prioridades na vacinação
A emergência de saúde no Distrito Federal foi tema de outros parlamentares. Vários aspectos, como a prioridade na vacinação, foram abordados durante a sessão realizada por videoconferência. O líder do governo na CLDF, deputado Hermeto (MDB), elogiou o GDF pela decisão de vacinar os policiais que dão suporte aos locais de imunização com as doses remanescentes ao final de cada jornada. Em seguida, o deputado Agaciel Maia (PL) pediu prioridade para pessoas com comorbidades. E o deputado Professor Reginaldo Veras (PDT) comemorou o anúncio de que, após a área de segurança, os profissionais de educação receberão as vacinas que sobrarem ao final do dia.
A sessão de hoje marcou a volta do deputado Delegado Fernando Fernandes (Pros) que estava licenciado para se tratar da Covid-19. “Agradeço a Deus e às equipes de saúde e a todos que torceram por mim”, declarou, evidenciando que lei de sua autoria, promulgada pela Câmara Legislativa, estabelecendo a gratuidade nos restaurantes comunitários para pessoas inscritas no Cadastro Único está sendo questionada na justiça pelo governo. “É comida para que tem fome”, argumentou.
Por outro lado, o deputado Delmasso (Republicanos) festejou a doação ao Distrito Federal de respiradores novos pelas empresas chinesas Alibaba e Tik Tok e parabenizou o GDF pelos hospitais da campanha do Estádio Bezerrão e do Autódromo Nelson Piquet, que devem estar prontos no dia 13 próximo.
O deputado Jorge Vianna (Podemos) reclamou de documentos da Secretaria de Saúde e do IGES-DF suspendendo férias dos trabalhadores durante a pandemia. “É preciso aliviar o cansaço dos profissionais da saúde. Por isso, devemos tratar caso a caso”, sustentou, sugerindo que seja ampliada a carga horária dos que desejam, além da nomeação de novos concursados.
Fonte: Marco Túlio Alencar – Agência CLDF