Em depoimento na CPI da Pandemia, no Senado, nesta sexta-feira (25), o deputado Luis Miranda (DEM-DF) confirmou o alerta ao presidente Bolsonaro em 20 de março sobre pressões da empresa Precisa (fornecedora da vacina) e do Ministério da Saúde pela compra da Covaxin. Na noite da véspera, uma sexta, o dono da empresa esteve com diretor Marcelo Pires.
O servidor Luis Ricardo Miranda, que também depôs, mostrou mensagens para provar as pressões que sofreu para contratar a vacina durante o processo. Ele disse que recebeu mensagens, ligações e chamadas questionando sobre o status do contrato, inclusive à noite e aos domingos.
O deputado Luis Miranda disse que, ao saber sobre o caso, avisou o deputado Eduardo Bolsonaro e passou o telefone do irmão. Mostrou também prints de conversas com um assessor do presidente Bolsonaro, quando pedia para ter uma reunião com o presidente. Luis Miranda disse que também falou sobre as suspeitas com o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante uma viagem.
No encontro com Bolsonaro, Miranda relatou que o presidente teria pedido para que o deputado entrasse em contato com o chefe de gabinete dele e marcasse um encontro, o que nunca aconteceu. O servidor Luis Miranda também falou sobre a conversa com o presidente. Segundo ele, Bolsonaro prometeu que apresentaria as denúncias à Polícia Federal para uma investigação.