Fernanda Sampaio
Hoje, 11 milhões de brasileiros são diagnosticados com depressão e 5 milhões são considerados em risco. A doença atinge quase 7% da população mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão já é o mal mais incapacitante. Muitos buscam uma explicação sobre o crescimento dessa doença que cada vez vem ceifando mais vidas em todo o mundo.
O quadro depressivo pode ter muitas causas e disparadores, mas, pela minha experiência clínica, em todos eles há alguns pontos em comum: um esquecimento de si mesmo, uma dificuldade em aceitar algo imutável e uma incapacidade de reconhecer os próprios limites. A pessoa se volta tanto para as necessidades e expectativas externas que acaba moldando seus comportamentos na tentativa de agradar, de ser aceito e/ou amado pelos outros.
Com isso, acaba se esquecendo ou ignorando suas próprias necessidades afetivas. Contudo, da mesma forma que quando agimos errado com alguém o deixamos com raiva, quando ignoramos nossas necessidades emocionais o nosso eu mais íntimo também se sente ofendido e magoado com nós mesmos. Essa mágoa, que é uma raiva disfarçada, se transforma em poder de autodestruição. Destruímos nosso eu interior e passamos a ter sintomas como desesperança, tristeza, baixa autoestima. Enfim, a conhecida depressão.
Quando nossa energia está baixa, significa que estamos canalizando de forma inadequada a nossa espontaneidade. Em geral, o depressivo tem muita raiva e mágoas guardadas e não consegue expressar seus sentimentos ao mundo de maneira construtiva. É importante que essa troca ocorra, porque as chateações causadas na vida não são autodigeríveis. Tudo que o nosso corpo coloca para dentro, ele aproveita o que lhe for útil e expulsa o que nos faz mal.
O mesmo acontece com as nossas emoções: se guardamos aquilo que nos faz mal, adoecemos e podemos até morrer em função disso. Afinal, morrer, às vezes, parece ser a melhor opção quando somos um lixo ambulante e não aguentamos mais carregar tantos pesos, tantas dores e tantas incompreensões.
Mas é preciso lutar contra esse adoecimento. A primeira luta é ser sincero consigo mesmo, se analisar sem julgamento, reconhecer aquilo que foi guardado e que não nos faz bem, e rever as formas como lidávamos com essas emoções guardadas. Assim, saberemos o que temos de mudar.
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