Episódios de violência e denúncias de assédio no Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab), acenderam o alerta da comunidade escolar de Taguatinga. Em um intervalo de duas semanas, a escola pública no centro da cidade registrou uma briga com agressões físicas entre um professor e um aluno do 2º ano do ensino médio e a acusação pública de uma estudante de 16 anos contra um coordenador pedagógico por comportamento inadequado.
O primeiro caso ocorreu em 22 de maio, quando um professor foi agredido após desentendimento com um estudante em sala de aula. A confusão teria começado no momento em que o docente pediu que o aluno se retirasse da aula por indisciplina. O rapaz reagiu com ameaças, e ambos discutiram. Já do lado de fora do colégio, o profissional foi abordado e agredido fisicamente. A cena foi registrada em vídeo e divulgada nas redes sociais.
CELULAR – Ao Brasília Capital, a direção da escola informou que prestou apoio imediato e acompanhou o docente até a delegacia para registrar a ocorrência. “O professor foi encaminhado para fazer exame de corpo de delito e se afastou com licença médica. Antes de retornar, ele passará por uma avaliação”, afirma o diretor do Cemab, André Luiz Corrêa.
Ele reforçou, também, que a escola cumpre a lei que proíbe o uso de celulares em sala de aula. “A gravação da agressão, feita de forma não autorizada, será analisada para que sejam tomadas as medidas cabíveis”, completa Corrêa.
O Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) repudiou o ataque e alertou para a crescente insegurança nas escolas públicas. O professor segue recebendo apoio jurídico e psicológico enquanto a apuração interna prossegue, segundo a entidade.
DENÚNCIA DE ASSÉDIO — Durante palestra do Maio Laranja, campanha de combate à violência sexual infantil, uma aluna de 16 anos denunciou, publicamente, um coordenador pedagógico do Cemab por comportamento considerado inadequado.A estudante teria sido advertida por usar uma calça fora do padrão da escola. Ao explicar que só possuía um short curto para vestir, o coordenador teria feito comentários constrangedores e a observado de forma invasiva.
Mesmo após relatar o caso à vice-diretora, a adolescente afirma que nenhuma providência foi tomada. Em vídeo que viralizou nas redes sociais, ela questionou a omissão da escola. “Como podemos nos sentir seguros se temos um funcionário que age de forma inadequada e a direção não faz nada?”.
A fala mobilizou colegas e encorajou outras alunas a relatarem experiências semelhantes. Após o episódio, o coordenador teria voltado à sala da jovem e dito que sua aparência o “enojava”.
Em nota, a Secretaria de Educação confirmou que a denúncia foi recebida e que a Coordenação Regional de Ensino de Taguatinga já iniciou a apuração, ouvindo os envolvidos conforme os protocolos legais e pedagógicos.
Reafirmou, ainda, o compromisso com a integridade física e emocional dos estudantes. “A secretaria segue acompanhando de perto os desdobramentos dos casos. Não serão toleradas atitudes que comprometam o ambiente educativo”.