Com o início das chuvas, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal iniciou ações para o combate aos criadouros do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, vírus da zika, febre chikungunya e febre amarela. De acordo com o órgão, este ano já foram registrados 19.631 casos confirmados de dengue no DF. A doença que foi responsável por causar 863 mortes no Brasil em 2015, sendo 15% delas no Centro-Oeste, deve ser prevenida para evitar maiores danos, como a Síndrome do Choque da Dengue ou a reinfecção, que pode levar a dengue hemorrágica.
De acordo com Dra. Kelly Oliveira, infectologista que integra o corpo clínico do laboratório Exame, existem quatro tipos de vírus da dengue, sendo eles o DEN-1, o DEN-2, o DEN-3 e o DEN-4. “Todos os tipos manifestam os mesmos sintomas da doença. Ao ser exposto por um tipo, o corpo produz anticorpos e nunca mais será infectado por ele. Mas como estamos falando de quatro tipos diferentes, a pessoa pode se infectar por um tipo e posteriormente contrair outro. A reinfecção pode agravar o quadro da doença, levando a dengue hemorrágica”, destaca a especialista.
A dengue hemorrágica se dá pela queda das plaquetas do sangue. O vírus destrói essas plaquetas, e a reinfecção faz com que os anticorpos gerados no primeiro contágio também ataquem essas células. “Nesse estágio da doença, o paciente passa a ter sérias complicações, como hemorragia ocular, gengival, e para as mulheres em período menstrual, o fluxo também pode ser hemorrágico. Além disso, em casos mais graves, os órgãos e tecidos podem também sofrer hemorragias, podendo levar ao óbito”, alerta a infectologista.
Síndrome do choque da dengue
A Síndrome do choque da dengue é a forma mais grave de manifestação da doença e pode se desenvolver logo na primeira infecção do vírus. “A síndrome se caracteriza pela desidratação da pessoa. O líquido presente na corrente sanguínea abaixa muito, tornando o sangue mais concentrado. Essa alta concentração torna a pressão arterial muito baixa. Essa queda é tão significante que pode levar à morte”, afirma.
A síndrome desenvolve entre o 5° a 7° dia da doença. Nesse período a febre já baixou, a dor não está tão intensa e as plaquetas começam a subir novamente, o que pode ser confundido como uma melhora do quadro clínico. “O paciente acredita estar melhorando e para de se cuidar e, principalmente, para de se hidratar. Portando o ideal é se cuidar, beber bastante água, repousar e seguir as recomendações médicas. Além disso, outros sintomas são de suma importância para avaliar o grau da doença, como náuseas, vômito e dor abdominal intensa. Esses sinais podem significar uma evasão do líquido sanguíneo para a barriga, pulmão ou outros espaços internos”, conclui a especialista.
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