Walberto Maciel
A taxa de ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do Distrito Federal chegou a 92,81% na manhã de quarta-feira (17). Nos espaços com leitos para adultos o índice atingiu 93,74%, enquanto nas UTIs infantis está em 82,35%. O mais crítico é nos leitos neonatais, com 98,80% de ocupação.
Os dados são do Relatório de Leitos Públicos e Gerais de UTIs da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. A dengue e uma gripe ainda não classificada, são os vilões do momento.
O número de casos prováveis de dengue divulgado pela Secretaria de Saúde chega a 10 mil; os confirmados estão em 3.745. Nove pacientes são considerados graves, o que dá um total de 3.754 casos na primeira quinzena de janeiro.
Comparados com janeiro do ano passado, durante todo o mês foram registrados 2.311 casos. Segundo relatório do Ministério da Saúde, já aconteceram duas mortes por dengue no DF neste início de ano.
Combo – O principal fator apontado pelos profissionais de saúde para esta explosão de casos são as chuvas torrenciais que maltratam o Brasil e principalmente o Distrito Federal desde o início do ano.
Especialistas da Defesa Civil e da própria Secretaria de Saúde dizem os agravantes são o acúmulo de lixo e locais com água parada, facilitando a proliferação de vetores de diversas doenças tropicais, principalmente o mosquito Aedes Aegypti.
“Isto se transforma num verdadeiro combo viral, transmissor da dengue, zica e chikungunya”, diz o servidor de um hospital.
Pacientes e atendentes assustados
O clima nas emergências dos hospitais particulares e públicos é tenso. Na emergência do Hospital Brasília, uma auxiliar de enfermagem orientava uma paciente a ficar o menor tempo possível dentro da unidade.
“Estamos com a UTI lotada, tem casos de dengue hemorrágica. Os pacientes estão passando direto para a UTI. E uma gripe ainda não classificada está levando muita gente para a lá”, completou, enquanto retirava o cateter da paciente que havia recebido alta.
Em um consultório de urologia de Centro Médico Júlio Adnet, na Asa Sul, o médico sugeriu à paciente que o quadro que ela apresentava poderia ser dengue. Como a mulher disse que não tinha dores no corpo e sim localizadas, o médico descartou a possibilidade. “Mesmo assim, observe os sintomas, pois os hospitais estão lotados de casos de dengue”, recomentou.
Um cirurgião plástico oclusivo, que preferiu não se identificar, disse à reportagem, na manhã de quarta-feira (17), que tentou internar um paciente recém-operado em uma UTI de um hospital particular, mas recebeu a informação de que não havia leitos disponíveis.
“Conversei com colegas que me disseram que a mesma coisa está acontecendo na rede pública”, contou o médico. Ele disse, ainda, que foi obrigado a suspender várias cirurgias plásticas oclusivas por conta dessa dificuldade. Confira nos links:
https://info.saude.df.gov.br/leitospublicosutigeraissalasit/
Gráfico da Denque no Distrito Federal
A Secretaria de Saúde do DF foi consultada com um questionário de 5 perguntas acerca do tema desta matéria. Até o fechamento desta edição não havia respondido. Franqueamos espaço no nosso site e na próxima edição para a resposta da Secretaria.