J. B. Pontes (*)
Chegamos à semana decisiva para o nosso País. No domingo (30), realizar-se-á o segundo turno da eleição para presidente da República. Dois projetos estão na disputa: um nos garante a possibilidade de continuarmos a luta pelo aperfeiçoamento de nossa frágil democracia; nos acena com a redução da desigualdade social, com maior preocupação com a educação, com a saúde pública, com a pobreza, entre outros avanços. O outro poderá nos levar à barbárie.
Este último aponta para o obscurantismo que será a continuidade do que fizeram nos últimos quatro anos: incentivo à violência e ao ódio; benevolência com a degradação do meio ambiente; desrespeito às instituições públicas; compromisso somente com os ricos, com o grande capital nacional e internacional; e desprezo pelos pobres, como demonstra a volta do Brasil ao mapa da fome.
A três meses das eleições, desavergonhadamente criou um pacote de bondades (que vigora apenas até dezembro de 2022) distribuindo dinheiro público para os mais pobres, para caminhoneiros e outras categorias, com o objetivo de, como ele mesmo já disse, “comprar voto de idiotas”. E já decidiram quem vai pagar: como sempre, pessoas que vivem do salário-mínimo e empregados em geral, com um corte linear de 25% (vinte e cinco por cento).
Quer gostemos ou não, forçoso é admitir que Lula hoje representa as forças democráticas, únicas que podem fazer frente ao projeto de incivilidade, de autoritarismo, de flerte com a ditadura do atual desgoverno. A tarefa não será fácil, mas somente a eleição de Lula será capaz de nos permitir uma resistência ao fracasso do Brasil como nação democrática e civilizada.
Devemos nos lembrar que o atual presidente, objetivando continuar no poder, está usando a máquina do governo da forma mais despudorada e inescrupulosa, como jamais tinha sido registrado na nossa história. Urdiu, em conluio com seus cúmplices Arthur Lira, Ciro Nogueira, Valdemar da Costa Neto, o chamado “orçamento secreto”, que distribuiu, nos últimos três anos, mais de R$ 54 bilhões aos políticos vinculados aos partidos do Centrão para uso eleitoreiro.
E o resultado todos nós observamos no dia 2 deste mês: os parlamentares mais agraciados com recursos do “orçamento secreto” foram os mais votados. Durante os quatro anos do atual desgoverno, o salário-mínimo não teve um centavo de aumento real.
Não podemos nos esquecer que Bolsonaro, quando era deputado, foi o único parlamentar que votou contra a aprovação dos direitos trabalhistas das empregadas domésticas. Tudo isso, demonstra seu desprezo pelos trabalhadores e pelos pobres, classes das quais agora, no desespero, ele quer o voto.
Lembremo-nos que no governo Lula o salário-mínimo cresceu cerca de 76% (setenta e seis por cento) acima da inflação. Precisamos refletir bem quando formos votar e não permitir que o Brasil mergulhe no caos social, numa opção de economia que só beneficia os ricos, o que certamente ocorrerá se optarmos por reeleger o atual presidente.
Pensemos bem sobre o futuro que queremos para o Brasil: democracia ou barbárie? Se a escolha for pela primeira opção, não temos alternativa: no segundo turno é 13: Lula!
(*) Geólogo, advogado e escritor