Por 248 votos de diferença (9.805 contra 9.557), o candidato de oposição Délio Lins e Silva Jr. derrotou o situacionista Jacques Veloso, que tinha o apoio do ex-presidente da entidade e governador eleito Ibaneis Rocha (MDB), e vai comandar a secção da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal a partir de janeiro de 2019. O mandato da diretoria é de três anos.
Quatro chapas disputaram o pleito. O grupo liderado por Renata Amaral, majoritariamente (70%) formado por mulheres, ficou em terceiro lugar, com 1.912 votos. Com 1.597 votos, a chapa 30, encabeçada por Max Telesca, foi a quarta colocada.
Na sexta-feira (30), dia seguinte à eleição, o presidente eleito da OAB-DF para o triênio 2019/2021, concedeu a seguinte entrevista ao Brasília Capital:
A sua chapa foi oposição ao grupo do governador eleito Ibaneis Rocha. Essa postura terá alguma repercussão na relação da Ordem com o GDF nos próximos anos? – Não. Na verdade não teve nada de oposição em relação ao governador eleito. Nós fomos oposição a um grupo político que está dentro da OAB e do qual o Ibaneis faz parte. Isto não quer dizer, de forma alguma, que a OAB-DF será opositora do governo dele. Seremos parceiros das instituições, de forma geral, e em todos os poderes.
Então a OAB apoiará o GDF? – Apoiará os bons projetos. A relação institucional da OAB está acima de tudo. Mas teremos isenção suficiente para fiscalizar e apontar o dedo, cumprindo nosso papel fiscalizador em defesa da sociedade. Tenham absoluta certeza de que os bons projetos serão apoiados.
O que muda na OAB-DF com a vitória da sua chapa? – Muda a postura, principalmente. A gente vai se preocupar realmente com a defesa da sociedade, com a independência que já citei. Mas, principalmente, a defesa da advocacia. A advocacia está passando por uma grande crise, assim como todo o País. A Ordem dos Advogados tem papel fundamental na defesa desta profissão. Dentro do possível, traremos para dentro da nossa casa as grandes discussões do Brasil, assim como a democracia.
“Teremos isenção suficiente para cumprir nosso papel fiscalizador em defesa da sociedade. Os bons projetos serão apoiados”
Que tratamento terão as subseções nas cidades-satélites? – As subseções regionais talvez nunca tenham sido tão bem representadas dentro do Conselho como agora. São 18 conselheiros egressos de subseções. Temos representante de subseções em nossa diretoria. Tem representantes de subseções na vice-presidência da Caixa de Assistência ao Advogado. Fizemos isso exatamente para mostrar que nossa gestão vai abrir os olhos para as subseções. Não vamos ficar presos aqui no castelinho do Plano Piloto.