No primeiro dia de campanha eleitoral autorizada, após as incrições das chapas, os candidatos ao Governo do Distrito Federal (GDF) não perderam tempo. Acordaram cedo, organizaram os grupos de apoio, as comitivas e foram às ruas pedir voto. Cada um à sua maneira. A pé, em carro de som, com bandeiras e fogos de artíficio e apertos de mão.
Dos cinco registrados no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), quatro deles — o atual governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), José Roberto Arruda (PR), o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) e Antônio Carlos de Andrade (PSol), o Toninho do PSol — começaram por Ceilândia, cidade mais populosa da capital. O único a escolher um local diferente foi o deputado federal Luiz Pitiman (PSDB), que fez carreata em Planaltina, onde detém grande parte do eleitorado.
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Discursos
Nos primeiros discursos, uma prévia de como será a campanha de cada um nos próximos meses. Toninho e Pitiman, por exemplo, falaram muito sobre mudanças. Já Rollemberg e Arruda preferiram atacar as ações da atual gestão. E o atual governador apostou na lembrança de ter começado em Ceilândia a campanha de quatro anos atrás.
O ritmo intenso de caminhadas, almoços, reuniões e visitas às cidades só terá fim em 4 de outubro, quando encerra o prazo de campanha no primeiro turno das eleições. A população vai às urnas no dia seguinte, 5 de outubro.
Selfies com militantes
Eram 7h20 da manhã quando Agnelo Queiroz (PT) desembarcou em Ceilância com a comitiva dele, na Feira do Produtor. Acompanhado do vice-governador, Tadeu Filippelli (PMDB); da primeira-dama, Ilza Queiroz; e do distrital Chico Vigilante (PT), o governador foi recebido por correligionários e tomou café da manhã com eles. Agnelo passeou por boxes e cumprimentou alguns feirantes. Por várias vezes, parou a caminhada para fazer selfies com militantes. “Ceilândia é um lugar muito importante para mim. Esse é o lugar onde tudo começou há quatro anos. Foi aqui meu primeiro comício na eleição passada. Espero que a cidade me dê a mesma sorte este ano”, comentou. Cerca de 100 pessoas se deslocaram até o local. Empolgado, Agnelo afirmou que começar a campanha “com tanto gás” é algo indispensável à permanência no Buriti. Acrescentou ainda que não pretende pautar a campanha por agressões a seus adversários. O foco será ressaltar os benefícios da gestão do PT à população de Brasília.
Recepção bem avaliada
Sem bandeiras ou militantes vestidos a caráter, José Roberto Arruda (PR) começou a campanha determinado a se reaproximar da população. Visitou a Feira Central de Ceilândia, onde parou em cada uma das bancas. Tirou fotos e apertou a mão dos feirantes. Segundo ele, a recepção nas ruas tem sido “a melhor possível”. “Nos bastidores, ainda está difícil porque meu adversário joga baixo, no subterrâneo, com agressões, mas quem passou pelo o que eu passei não tem medo”, afirmou. Depois de Ceilândia, local em que ficou por cerca de duas horas e meia, ele seguiu para a Feira do Gama. O vice-governador na chapa, o ex-deputado federal Jofran Frejat (PR), encontrou-se com Arruda no local. Apesar de ter sido bem recebido nas cidades, Arruda foi alvo de críticas e acusações por ter sido preso e cassado em 2010. “O que eu quero agora é o julgamento da população, e a comparação entre os três anos que estivemos no governo, com a destruição deste governo. Essa será a agenda desta campanha”, afirmou.
No carro de som
Centenas de carros, caminhões e ônibus com bandeiras do PSDB acompanharam o percurso feito por Luiz Pitiman, ontem, em Planaltina. A carreata saiu do Restaurante Comunitário da cidade e passou por vários bairros. Ao longo do caminho, Pitiman, que seguia em um carro de som aberto, discursou sobre a campanha, parou para cumprimentar a população e tirar fotos. O candidato fez questão de detalhar quais serão suas frentes de atuação para vencer os adversários na corrida ao Palácio ao Buriti. “Vamos debater gestão pública de qualidade, de eficiência e de meritocracia. Precisamos reconhecer o funcionário público, mas, acima de tudo, ter bom serviço para a população. Além disso, queremos também geração de emprego para o jovem, cuidados ao idoso e atenção com a cidade, que está largada”, disse. O candidato a vice-governador na coligação, Adão Cândido (PPS), e a candidata ao senado, Sandra Quezado (PSDB), entre outros postulantes, também acompanharam a campanha.
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Ao lado de presidenciáveis
Ruas abarrotadas de lixo, com buracos, e esgoto a céu aberto no Sol Nascente, em Ceilândia, serviram de cenário ideal para o candidato do PSB ao Governo do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, atacar o atual governo já no primeiro dia de campanha eleitoral. “O Sol Nascente reflete de forma radical o apagão de gestão que nós estamos tendo no Distrito Federal. É impressionante que um governo sequer consiga retirar o lixo das ruas. O que nós vimos aqui é uma comunidade completamente abandonada. A cidade não tem rede de coleta de esgotos, não tem coleta regular de lixo”, criticou. Acompanhado por cabos eleitorais, Rollemberg caminhou ao lado do vice, Renato Santana, e dos presidenciáveis Eduardo Campos e Marina Silva por uma hora na avenida central do Sol Nascente. Rollemberg afirmou que uma das prioridades será construir creches no DF, porque, segundo ele, atualmente elas só existem na propaganda. Candidato à vaga do Senado, o deputado Antônio Reguffe (PDT) também participou.
De microfone em punho
O candidato do PSol, Antônio Carlos de Andrade, também abriu a campanha em Ceilândia. Militantes do PSol, PSTU e PCB começaram a chegar ao local escolhido, a Feira Central da cidade, a partir das 9h. Por volta das 10h30, Toninho assumiu o microfone da rádio da feira e se apresentou como o candidato da mudança. “Nós resolvemos lançar a campanha aqui porque é a maior cidade do DF e sabemos que existem aqui muitas pessoas que querem mudança. Temos que ter cuidado na hora de votar. A Frente de Esquerda está aqui para denunciar este governo medíocre que está aí. Queremos o seu voto de confiança”, afirmou Toninho. Ele disse que combaterá a corrupção e fará com que as pessoas participem efetivamente do governo, inclusive, na fiscalização. Toninho conversou com feirantes e moradores e andou pelo local. “Depois da campanha de 2010, fiquei fora dos meios de comunicação. Mas vamos retomar com programa de tevê, campanha, debates. Nesta disputa, já não sou um completo desconhecido.”