Sem surpresas, Davi Alcolumbre (União-AP) foi eleito, neste sábado (1º), presidente do Senado Federal, com 73 dos 81 votos possíveis. Ele ocupará o cargo no biênio 2025-2026. Os senadores Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE) receberam quatro votos cada. Não houve votos em branco.
Em discurso, Alcolumbre defendeu o diálogo para acabar com o que chamou de “ecos da intolerância e da radicalização”. “Precisamos reconstruir pontes e lembrar que adversários são parceiros no debate democrático. Ansiamos todos pela pacificação, queremos resgatar a cordialidade que perdemos, voltar a perceber que temos um único objetivo comum: o desenvolvimento do Brasil”, afirmou.
Acrescentou que o “primeiro compromisso” à frente do Congresso Nacional será com o mandato parlamentar, com a proteção das garantias e das prerrogativas de senadoras e senadores, ao mencionar que “o relacionamento entre os Poderes tem sido testado por tensões e desentendimentos”.
Sobre a distribuição de emendas, alvo de disputa política com o STF, o novo presidente do Senado foi enfático. “Quero ser claro: é essencial respeitarmos as decisões judiciais, mas é igualmente indispensável respeitar as prerrogativas do Poder Legislativo”, salientou Alcolumbre, sendo aplaudido pelos demais colegas.
Comissões mistas
Em indireta ao agora ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que viveu momentos de tensão com o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Davi Alcolumbre anunciou a volta das comissões mistas, integradas por deputados e senadores para debater temas como orçamento e educação.
“O processo legislativo das medidas provisórias também precisa ser retomado urgente. As comissões mistas são obrigatórias por mandamento constitucional. Suprimi-las ou negligenciá-las não é apenas errado do ponto de vista do processo, é uma redução do papel do Senado Federal”, argumentou.
Outra promessa feita pelo cacique do União Brasil é dar mais atenção à pauta municipalista. “A minha luta é e será sempre para que os municípios brasileiros venham a ocupar o centro do nosso arranjo federativo. Fortalecer o município é dar a cada cidadão o direito à cidade, que é onde se constrói e é onde se exerce a verdadeira cidadania”, completou.
Futuro de Pacheco
Ventilado como ministro na gestão Lula 3 após deixar o comando do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco disse que sonha ser governador de Minas Gerais.
“Quem diz que está na política e não tem o sonho de governar o próprio estado não está falando a verdade. É óbvio que isso é um desejo, um sonho de qualquer político governar o seu estado e, evidentemente, é um sonho que eu sempre tive de ser governador do meu estado”, declarou.
Pacheco também agradeceu o gesto de Lula, que na última quinta-feira (30) expressou apoio ao nome dele para 2026. “Fico muito honrado de o presidente Lula, que é um grande político, um ser humano extraordinário, ter essa vontade. Recebo essa mensagem do presidente Lula com sentimento profundo de honra e responsabilidade”.