Às vésperas do segundo turno da eleição, pesquisas apontam que a diferença de Ibaneis Rocha (MDB) para Rodrigo Rollemberg (PSB) é a maior entre todas as disputas nacionais. Segundo o DataFolha o emedebista tem 74%, contra 26% do atual governador. Embora Rollemberg tenha declarado em entrevista ao Brasília Capital que está otimista com a virada, os números e as evidências são desanimadoras para o socialista.
Além da diferença numérica, Rollemberg passou a ter que administrar os apoios políticos de outras legendas. Sua coligação, Brasília de Mãos Limpas, formada por partidos do campo progressista (PSB, PV, PCdoB, PDT e Rede) sofreu baixas. De fato, somente os três primeiros estão dispostos a irem com o governador até o final. A articulação nacional que trouxe PDT e Rede não foi suficiente para mantê-los na base do PSB.
A indecisão do PDT, de ter ou não candidato próprio ao GDF, obrigou a legenda a coligar-se com Rollemberg por imposição do presidente nacional, Carlos Lupi. Entretanto, em nenhum momento o partido se manteve unido. O deputado distrital reeleito Cláudio Abrantes, por exemplo, declarou apoio a Ibaneis ainda no primeiro turno.
Já a Rede Sustentabilidade abraçou a causa e lançou Chico Leite como candidato ao Senado, ao lado de Leila do Vôlei, correligionária do governador. Após o resultado do primeiro turno, o grupo de Chico apontou a união da imagem dele com a de Rollemberg como a maior causa da derrota, o que levou o partido a romper no segundo turno, mesmo com orientação nacional de permanência.
Embora pareça oportunismo, o professor de Relações Internacionais e Ciência Política na Universidade Católica de Brasília, Creomar de Souza, considera normal que ocorra uma “reacomodação de forças ao redor de Ibaneis” devido ao “quadro favorável” apontado nos últimos levantamentos.
Hora da virada – Embora a campanha de Rollemberg insista em dizer que agora é a “hora da virada”, os dias passam e a tendência de vitória de Ibaneis só aumenta. Segundo levantamentos internos feitos por telefone, a uma semana do pleito, o advogado caía, a cada dia, 2 pontos percentuais, o que justificaria o otimismo na reeleição. Mas Rollemberg sabe que sua rejeição ultrapassa de 50%, o que o impossibilita de alcançar a maioria simples dos votos.
Por isso, nos últimos dias de campanha, Rollemberg aposta em tentar denegrir a imagem do seu oponente, tentando colar nele o desgaste do presidente Michel Temer e do ex-vice-governador Tadeu Filippelli, e escancarando possíveis casos de abuso de poder econômico, que causariam cassação do candidato após a eleição, o que traria uma “instabilidade política”, temida pela população de Brasília, principalmente após operações Caixa de Pandora e Panatenaico.