Sindicalista voltam às ruas com a força da oposição
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Nos últimos quatro anos, a Central Única dos Trabalhadores (Cut-Brasília) andou meio sumida, trabalhando mais nos bastidores do que na mobilização das massas. Isto representou certa calmaria na cidade e mais sossego para que o governador Agnelo Queiroz (PT) trabalhasse. O sucesso na negociação do aumento salarial no início da gestão petista e a histórica proximidade do partido com o movimento sindical acalmou a CUT nos últimos quatro anos. Apenas em 2012, ocorreu uma greve de professores que durou mais de 40 dias. Os protestos só tomaram corpo no final de 2014, após a derrota de Agnelo, quando o GDF entrou quase em estado de calamidade. Agora, com os “companheiros” fora do poder, a Central, que conta com 102 sindicatos filiados no DF, volta às ruas para defender os interesses dessas categorias.
O primeiro grande ato aconteceu na manhã de sexta-feira (9), com a presença de servidores da saúde, da educação, além da administração direta e tercerizados da limpeza e da vigilância. Os cerca de 450 manifestantes fecharam Eixo Monumental, em frente ao Palácio do Buriti, cobrando o pagamento do 13º salário e das férias atrasadas. Também foi montado um acampamento na praça. De acordo com a CUT, o grupo deve ficar no local até 16 de janeiro para cobrar o pagamento dos atrasados.
Os servidores da saúde decidiram entrar em greve alegando que o GDF garantiu apenas o pagamento de salários de dezembro. O pagamento do 13º salário, das férias e das horas-extras não tem previsão de sair. De acordo com a presidente do Sindisaúde-DF, Marli Rodrigues, apenas 30% dos funcionários continuam trabalhando, em respeito à lei trabalhista. Os serviços de ambulatório, centros de saúde e ambulância, que não fazem o transporte emergencial dos pacientes, estão parados. Só funcionam internações e emergências.
De acordo com a diretoria do Sinpro-DF, os professores da rede pública deveriam ter recebido as férias até o sábado (3), mas, com a alteração do calendário letivo, eles devem receber somente no dia 17. As aulas, que estavam previstas para ter início no dia 9 de fevereiro, vão começar no dia 23. As férias de julho serão mais curtas e o ano letivo se estenderá até 29 de dezembro.
Já os terceirizados paralisaram serviços na limpeza, conservação, manutenção, merendeiras, recepcionistas e bilhetagem do DFTrans. Todos eles estão sem receber o 13º salário e seus benefícios. Todas essas categorias estão em estado de greve desde quinta-feira (8).
Resposta
A assessoria da CUT-Brasília nega veementemente que a entidade tenha se acomodado durante o governo petista. E cita as paralisações dos professores e dos vigilantes, além da luta incessante por melhorias nas condições de trabalho, a continuidade na luta da classe e a valorização das empresas estatais.