Bolsonaro e Rodrigo Maia na apresentação do texto na CâmaraA Central Única dos Trabalhadores (CUT) não aceita qualquer
proposta dentro da Reforma da Previdência proposta pelo governo que retire
direitos. “Nosso sistema de seguridade social é superavitário, ao contrário do
que alegam os defensores da reforma”.
Em nota, a Central reforça que direitos não se negocia. “Para
manter este sistema em pé, o governo deveria cobrar os empregadores – que
sonegaram mais de R$ 450 bilhões, de acordo com o relatório da CPI da
Previdência do Senado em 2017 -; parar de desviar recursos destinados à
seguridade; estimular o emprego e valorizar o trabalho, ao invés de
precarizá-lo”, reforça o texto.
Nas próximas edições, o Brasília
Capital trará mais informações sobre a Reforma da Previdência, seus
impactos sobre a vida dos trabalhadores e a visão dos sindicatos.
Entenda a PEC de Bolsonaro
A proposta de reforma da Previdência do governo Jair
Bolsonaro apresentada quarta-feira (20) prevê forte endurecimento na concessão
de benefícios assistenciais e aumento na alíquota de contribuição
previdenciária por diferentes faixas salariais. A reforma também aperta as
condições para a concessão de pensões.
Em relação às alíquotas de contribuição, a Proposta de Emenda
à Constituição (PEC) prevê no Regime Geral de Previdência Social (RGPS) – dos
trabalhadores da iniciativa privada -, que as alíquotas irão variar de 7,5% a
11,68% sobre o salário e serão calculadas sobre cada faixa salarial. Hoje, as
alíquotas são de 8% a 11%, calculadas sobre todo o salário.
Só arrocho – A proposta traz para aposentadoria
dos trabalhadores da iniciativa privada as idades mínimas de 62 anos para
mulheres e 65 anos para homens. O tempo mínimo de contribuição será de 20 anos.
Para os servidores públicos, 25 anos.
Em relação ao valor da aposentadoria, o benefício será de 60%
da média de todas as contribuições ao longo da vida, corrigido pela inflação,
com 20 anos de contribuição. A partir daí, o benefício subirá 2 pontos
percentuais a cada ano adicional de contribuição. Com isso, para receber 100%
da média serão necessários 40 anos de contribuição.
Para o Benefício de Prestação Continuada (BPC), voltado para
idosos e pessoas com deficiência, a PEC estabelece que ele só continuará sendo
de um salário mínimo para deficientes e para idosos em condição de miserabilidade
a partir dos 65 anos. Para os demais, a renda mensal evoluirá ao longo das
idades: a partir dos 60 anos, o benefício será de R$ 400, subindo a um salário
mínimo aos 70 anos.
Pensões – Na PEC, o governo também limitará o
abono salarial a quem ganha até um salário mínimo, ante a regra atual de dois
mínimos. O abono consiste no pagamento de um salário mínimo a cada ano ao
trabalhador, para suplementação de renda segundo critérios legalmente
estabelecidos.
A PEC de Bolsonaro também limitará a pensão por morte a 60%
do benefício, acrescido de 10% por dependente adicional. Hoje a reposição é
integral no RGPS, respeitando o teto.