Letícia Sallorenzo (*)
A partir das 15h de sexta-feira (8), os motoboys e entregadores de aplicativos do DF terão um ponto de apoio onde serão acolhidos, na Galeria do Hotel Nacional. Lá, será possível recarregar as baterias dos aparelhos, se alimentar, aguardar as próximas entregas ou turnos, utilizar sanitários e tomar água.
O Ponto de Apoio ao Trabalhador vai garantir melhores condições de vida e de trabalho para aqueles que desempenham suas atividades na rua. A iniciativa é da Central Única dos Trabalhadores (CUT-DF), em parceria com alguns sindicatos, entre eles o Sinpro-DF.
“São necessidades básicas de todas as pessoas, mas que são negligenciadas pelas empresas prestadoras de serviço e pelo governo. O ponto de apoio ganhou maior visibilidade com os entregadores por aplicativo, que estão submetidos a esse modelo de trabalho conforme a demanda, sem vínculo empregatício”, explica o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues.
Segundo ele, o espaço é também pauta histórica de quem tem relação de trabalho considerada não eventual. “Ou seja, a reflexão é de que, em pleno século XXI, há milhares de trabalhadores sem direitos básicos de dignidade à pessoa humana”, completa Rodrigues.
Condições precárias
O secretário de Relações Internacionais da CUT Brasil, Antônio Lisboa, lembra que a obrigação de criação desses espaços de apoio para trabalhadores que atuam nas ruas é obrigação do governo. “Já que o poder público não se mobiliza em prol desses trabalhadores, estamos fazendo a nossa parte. Esses segmentos não podem permanecer em condições extremamente precárias”.
Alessandro da Conceição, o Sorriso, representante dos entregadores por aplicativos no DF, destaca que as empresas que contratam os serviços da categoria nunca tiveram a disposição de fornecer local de descanso para os trabalhadores. Por isso, ele comemora a iniciativa da CUT.
“Esse Ponto de Apoio ao Trabalhador é uma necessidade que a gente tem há muito tempo. É muito importante que os entregadores participem da inauguração para conhecer o lugar e prestigiar essa iniciativa”, afirma.
Atualmente, o DF tem cerca de 50 mil entregadores (as) por aplicativo, além de outras categorias que compartilham da mesma rotina de trabalho na rua, como vendedores ambulantes e trabalhadores da limpeza urbana.
(*) Jornalista do Sinpro-DF