O Centro Administrativo do DF (CADF) — que está com 97% das obras prontas e custou R$ 700 milhões — pode ficar R$ 34 milhões mais caro. Ainda em 2013, o Governo do Distrito Federal (GDF) solicitou a inclusão de 34 itens adicionais à planta original da obra. A atual gestão não descarta realizar os gastos e afirma que apenas um item foi executado: a sala de espera do heliponto. Os demais estão sendo analisados por uma comissão formada para avaliar a real necessidade dos pedidos. Já a concessionária responsável pela construção não deu detalhes e garante que “uma pequena parte das mudanças foi executada porque dizia respeito a intervenções em infraestrutura física”. O secretário de Gestão Administrativa e Desburocratização, Antônio Paulo Vogel, acredita que, embora a premissa do governo seja a economia, não se pode deixar de lado alterações importantes da área e a segurança do governador.
- Advertisement -
O local ainda não foi ocupado porque, em fevereiro, a Justiça anulou o habite-se do centro e determinou que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios execute a multa imposta ao governo por não apresentar o Relatório de Impacto de Trânsito. Entre os aditivos, está incluída a blindagem do gabinete do governador e dos auxiliares e do salão nobre da governadoria. Também há a construção de uma sala de armas, de duas salas para motoristas e duas cozinhas e o cercamento em aço de todo o prédio. Somente a blindagem sairia por R$ 8,9 milhões — seriam mais de 1.053 m² de vidros à prova de bala. O orçamento da construção da sala de armas, com a inclusão de um alojamento masculino e outro feminino, é de R$ 56.771,16. Os pedidos incluem também ambientes privativos: 116 salas e sanitários de uso exclusivo. O valor do projeto é de R$ 2.088.828,24.
Segurança
O cercamento do complexo faz parte da estratégia de segurança pensada pelo antigo chefe da Casa Militar, o coronel Rogério Leão. O custo total seria de R$ 955.671,91. O governo apresentou a justificativa para a instalação da cerca ao redor dos prédios como “alteração das características de controle de acesso”. A cerca, em aço, ocuparia um espaço de 2.522,73m². A circulação de pessoas em áreas comuns também estava prevista para ser controlada. Por isso, a gestão passada solicitou no estudo a inclusão de pontos de triagem e detectores de metais, com instalação de catracas nas ligações entre blocos e passarelas. Se for feito, custará R$ 1.162.518,67.
O secretário Antonio Paulo Vogel explicou que os aditivos propostos pelo governo petista estão sendo reavaliados. Itens como a blindagem da governadoria foram encaminhados à Casa Militar. “Tudo o que pediram é porque entenderam ser importante. Algumas mudanças foram executadas pela concessionária. Mas cada item está sendo estudado”, explicou Vogel.