Em Belém, tem início nesta terça-feira (8) a Cúpula da Amazônia, encontro que prevê a participação de pelo menos chefes de Estado de 5 países que fazem parte da região. Na pauta, o desafio de colocar desenvolvimento regional e preservação da floresta na mesma equação.
Na agenda estão previstos encontros bilaterais entre os países que marcaram presença: Bolívia, Colômbia, Guiana e Peru. Nicolás Maduro cancelou a sua participação de última hora. Está previsto na agenda, ainda, o lançamento da Declaração de Belém, que firmará um compromisso entre os oitos países para a preservação da floresta.
Após quatro anos de política refratária às questões ambientais, o governo brasileiro tenta pavimentar seu retorno ao centro das discussões em defesa do meio ambiente. Porém, o próprio governo petista tem suas divergências internas, ao exemplo do impasse entre o Ministério de Minas e Energia e o Ministério do Meio Ambiente, liderado pela conservacionista Marina Silva a respeito da exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas.
Apesar de serem pertinentes as preocupações externadas pelos órgãos ambientais sobre o tema, a falta de flexibilidade de Marina Silva para compor interesses em busca de um acordo é amplamente conhecida na esplanada: exigiu um escrutínio minucioso por parte do Ibama em relação ao projeto, que acabou por negar, no último mês de maio, o pedido da Petrobras para explorar petróleo na foz do Amazonas.
Na outra ponta, estão os governos estaduais que seriam diretamente beneficiados com os royalties e o Ministério de Minas e Energia. No entendimento de Alexandre Silveira, titular da pasta, há certo exagero na análise dos riscos por parte dos órgãos de meio ambiente. Segundo Silveira, o projeto solicitou apenas a autorização para pesquisar um poço na região marítima da foz, sendo que a decisão em explorar ou não as potencialidades seria em outro momento.
Para evitar um desgaste maior ao governo, o impasse deverá ser mediado pelo próprio presidente Lula.