Bastou a JBS parar de pagar que o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o operador Lúcio Funaro decidiram contar o que sabem em um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF). Eles estão concluindo simultaneamente os acordos e devem começar a prestar depoimentos aos procuradores nos próximos dias.
Segundo informações do repórter Severino Motta, do portal BuzzFeed, as duas delações tendem a atingir o Planalto e o PMDB da Câmara, o grupo político de Michel Temer, e deverão ser usadas para embasar a próxima denúncia a ser apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente por acusação de obstrução da Justiça.
Entre os fatos a serem narrados estão a confirmação de que, mesmo presos, os dois continuaram a receber recursos dos esquemas de corrupção que participaram. Cunha foi detido em outubro, e Funaro já completou um ano de prisão.
Cunha e Funaro relutavam em fechar acordos, mas a situação mudou com a proximidade do fim do mandato de Janot. Investigadores que atuam no caso esperam deixar todo o material das delações pronto e entregar o acordo para o Supremo Tribunal Federal nos últimos dias de julho. Assim, a homologação poderá acontecer no início de agosto, e Janot conseguirá enviar a segunda denúncia contra Temer pouco tempo depois da volta do recesso do Judiciário.} else {