Uma audiência pública convocada pelo presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), para esta terça-feira (7), às 19h, no colégio Ciman, pode marcar um fato político inédito na capital da República. Moradores do Cruzeiro estão dispostos a adotar uma postura de “desobediência civil” contra uma decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) que obriga a retirada de todas as grades em volta dos prédios e casas do bairro.
A discussão se arrastou durante vinte anos – desde 1998 – e o TJDFT, em última instância, resolveu que os equipamentos são irregulares e devem ser removidos. Os moradores, no entanto, alegam que, sem as grades, ficarão expostos aos bandidos e, por isso, estão dispostos a resistir. “A Justiça desconhece a nossa realidade. Sem as cercas, haverá um aumento da violência em nossa cidade”, alega uma líder comunitária, que pede para não ser identificada.
Há uma corrente que prega uma saída negociada com os poderes públicos. A ideia é a elaboração de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) entre a comunidade, o GDF e o TJ, de forma que se evite que a decisão judicial venha a ser cumprida mediante o uso da força policial.