Após 16 anos, o professor Cristovam Buarque não estará no Senado Federal a partir de 2019. Mas, segundo ele, isto não significa que se afastará do tema que o acompanha ao longo da vida: a educação.
Na véspera da posse dos futuros presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), e governador de Brasília, Ibaneis Rocha (MDB), o parlamentar do PPS disse ao Brasília Capital esperar que os novos mandatários do País e do DF considerem a possibilidade de incrementar o seu projeto “Como implantar numa cidade a escola ideal”.
Cristovam diz que entregou o projeto a Ibaneis durante a única visita que fez ao governo de transição. E há poucos dias repassou suas ideias ao futuro secretário de educação, Rafael Parente.
A ideia de Cristovam é que o governador escolha de uma a quatro cidades, preferencialmente as menores, para construir novas escolas preparadas para um projeto pedagógico ultramoderno, em tempo integral, com ginásio de esportes, teatro, campo de futebol e salas de aula equipadas com computadores e internet de alta velocidade. “Tudo padrão Fifa”, compara ele, fazendo alusão às arenas construídas para a Copa do Mundo. O senador aconselha que o próprio Ibaneis comande o processo. “ Ele, ao contrário do secretário, não pode ser demitido “, justifica.
A Rafael Parente o senador aconselhou preparar-se para compatibilizar visões e interesses de 24 deputados distritais e mais de dez partidos da base de apoio do GDF na Câmara Legislativa e no Congresso Nacional. Sem contar a pressão das diversas correntes sindicalistas e inúmeros projetos pedagógicos.
O senador avalia que a máquina burocrática e administrativa dos governos “é um caos” e, para deixar seu legado, a nova gestão precisa pensar em iniciar a implantação de suas sugestões já nos primeiros dias.
Como o orçamento é curto e muito comprometido, Cristovam apresentou como alternativa para financiar a Escola Ideal a venda de parte dos teremos das escolas públicas. As empresas que adquirissem as áreas se responsabilizariam pela construção das escolas, equipando-as e, posteriormente, fariam a manutenção permanente.
Ao Estado caberia contratar professores com dedicação exclusiva, que teriam salários diferenciados, inclusive com décimo-quarto por produtividade, e avaliação bianual.