A renda corroída pela inflação e o medo de perder o emprego agravaram o aperto sazonal das escolas preparatórias para concursos, um setor de R$ 40 bilhões anuais quase sempre alheio às crises da economia. O aperto do orçamento levou muitos concurseiros a deixar as salas de aula e a buscar alternativas, tirando fôlego da busca frenética pela estabilidade no serviço público. Além da carestia, a demanda se retraiu também em razão dos eventos destse ano atípico, com a Copa do Mundo e as eleições em outubro. Assim, o movimento despencou de 50% a 70% nos últimos meses.Com a rotina de salas de aula vazias e professores com horários vagos, um grupo de docentes reclamou ao Correio dos salários atrasados. Os recentemente demitidos recebem os direitos trabalhistas em parcelas e revelam ainda que as empresas menores faliram e outras, de forma discreta, fecharam unidades menos lucrativas.
Max Kolbe, professor de direito constitucional, culpa a conjuntura pela fraqueza do mercado. Após a festa do futebol, os alunos ainda se depararam com o adiamento na publicação dos editais. A maioria dos órgãos públicos optou por suspender a homologação de certames para não ferir a lei eleitoral, que proíbe contratações 90 dias antes do pleito e até a posse. “Praticamente, só teremos contratações em 2015. Mas o sumiço dos concurseiros preocupa, pois eles deveriam se dedicar ainda mais aos estudos”, lamentou.
Crise econômica diminui o movimento de cursinhos de concurso em 70%
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