Da Redação
O início dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito que apura a gestão do governo federal durante a pandemia da covid-19 tem apavorado o presidente Jair Bolsonaro. Os senadores convocaram o atual e todos os ex-ministros da Saúde: Marcelo Queiroga, Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello.
Na agenda, montada pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), Mandetta e Teich serão ouvidos terça-feira (4); Pazuello, na quarta (5); e Queiroga, na quinta (6), junto com o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres.
A tropa de choque escalada pelo governo para tentar deter os avanços de Calheiros e do vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigue (Rede-AP), não está tendo sucesso. Os governistas propõem uma agenda alternativa, com a convocação de governadores, prefeitos, secretários de saúde, ministros do STF, defensores de tratamentos comprovadamente ineficazes, como cloroquina e ivermectina, além de especialistas contrários ao isolamento social.
Na mira – Nesta semana, além das oitivas dos ministros, a CPI vai decidir se convoca Paulo Guedes (Economia), Walter Braga Netto (Defesa e ex-Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil e ex-Secretário de Governo), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos).
O ministro Wagner Rosário, da Controladoria Geral da União, é alvo de um requerimento de convite. Há, ainda, pedidos para a convocação do ex-ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e do ex-secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten.
Wajngarten afirmou, em entrevista à revista Veja, que houve “incompetência e ineficiência” de gestores do Ministério da Saúde para negociar a compra de vacinas. Na CPI, os senadores também querem que ele explique o papel do “gabinete do ódio” na disseminação de notícias falsas e teses negacionistas.