A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado aprovou nesta quarta-feira 35 requerimentos para ouvir personagens ligados às denúncias envolvendo a estatal petrolífera. Foram convocados a presidente da empresa, Graça Foster, e seu antecessor José Sérgio Gabrielli, além do ex-diretor da área internacional da petroleira, Nestor Cerveró.
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Com maioria folgada na comissão, o governo conseguiu evitar a convocação de Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente à época da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006. Foi essa transação, que segundo Graça Foster causou prejuízo de US$ 530 milhões à Petrobras, que motivou a criação da CPI. O pedido foi feito pelo único integrante presente da oposição, Cyro Miranda (PSDB-GO). Ele disse que na época da aprovação da compra da refinaria, Lula, na condição de presidente da República, era o \”mandatário de tudo”.
\”Entendo que, nesse momento, a convocação do ex-presidente Lula é algo completamente desvinculado do trabalho que estamos fazendo, sem nenhum propósito, a não ser o propósito de enfrentar essa temática do ponto de vista político\”, disse o líder do PT, Humberto Costa (PE), ao votar pela rejeição do pedido.
A comissão aprovou ainda um requerimento à Petrobras solicitando cópia dos pareceres e estudos técnicos que subsidiaram o Conselho de Administração da estatal na compra da refinaria de Pasadena. Quem presidia o conselho, que deu aval à operação, era a atual presidente da República, Dilma Rousseff.
Em nota oficial, Dilma afirmou, após a abertura de investigações no Tribunal de Contas da União (TCU), Polícia Federal e Ministério Público, que só aprovou a compra dos primeiros 50% da refinaria porque o relatório apresentado ao conselho pela empresa era \”falho\” e omitia duas cláusulas que acabaram gerando mais gastos à estatal.
Oficialmente, a justificativa é que a comissão deve investigar também contratos mais antigos da estatal, como o da plataforma P-36, que afundou em 2001 na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Na prática, a intenção do governo é montar uma barreira para estancar as críticas da oposição sobre a atual gestão da Petrobras.