A ministra Marina Silva abandonou uma audiência no Senado, na terça-feira (27), após sofrer ataques covardes e misóginos de alguns integrantes da Comissão de Infraestrutura da Casa. O primeiro a agredi-la verbalmente foi Plínio Valério (PSDB-AM): “A senhora não merece respeito”, disparou o senador que, em março, já havia dito que sentia vontade de “enforcar” a chefe da pasta do Meio Ambiente e Mudança Climática.
Na sequência, o presidente da Comissão, o bolsonarista Marcos Rogério (PL-RO), impediu a fala de Marina ao cortar o microfone, afirmando que ela “deveria se pôr em seu lugar”. Até Omar Aziz (PSD-AM), parlamentar da base aliada do governo Lula, subiu o tom. “A senhora não é mais ética do que ninguém aqui e atrapalha o desenvolvimento do nosso país”, disse.
Colegas de Esplanada, as ministras Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Margareth Menezes (Cultura), Márcia Lopes (Mulheres), Anielle Franco (Igualdade Racial), Simone Tebet (Planejamento), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Esther Dweck (Gestão) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania) saíram em defesa de Marina Silva e classificaram o episódio como “inadmissível”, “desrespeito” e “violência política”.
AGRESSÕES INJUSTIFICÁVEIS — Líder da bancada feminina, a senadora Leila do Vôlei (PDT-DF/foto) reiterou que as agressões são injustificáveis. “Quando falam ‘ah, a ministra Marina estava alterada’. Gente, ponham-se no lugar de uma ministra que chega à comissão em que é convidada para tratar de questões de meio ambiente, e começa a ser atacada. Que tipo de reação vocês querem de uma mulher que se sente acuada?”, questionou.