Projeto Atleta do Amanhã promete desenvolver o atletismo no Brasil
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Gustavo Goes
O Projeto Atleta do Amanhã vai ser apresentado ao Ministério do Esporte na próxima reunião do Conselho Nacional do Esporte, que acontece ainda neste primeiro semestre de 2015. A ideia é modernizar o atletismo brasileiro a partir da tecnologia de um software criado e já à disposição, com os dados relativos aos atletas monitorados. São controladas informações como as condições psicológicas e o desempenho na prática esportiva, como a massa corporal de cada um. O trabalho é desenvolvido por especialistas na área desde 2010 e usa como modelo a atleta Lucélia Peres, três vezes vencedora da Volta Internacional da Pampulha e uma vez da Corrida de São Silvestre.
A tecnologia, criada por Teldo Diniz, Jander Diniz e Renata Guimarães, monitora desde os batimentos cardíacos até o percentual de gordura de atletas, transformando todos os números em dados estatísticos, que serão determinantes na performance do atleta. O projeto já despertou o interesse do governo de Minas Gerais, que ofereceu proposta de R$ 8 milhões pelo projeto. Entretanto, a especulação não foi adiante, já que a meta é expandir o desenvolvimento do atletismo em todo território nacional. “O nosso desejo é trazer essa tecnologia para o garoto que mora no Setor O, na Ceilândia, até o vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais”, disse Teldo Diniz.
O crescimento do atleta seria uma consequência de todo o programa. O objetivo do projeto passa pelo aprimoramento dos treinadores brasileiros, que ainda não estão no mesmo patamar de treinadores de outros países. Com a ferramenta, o desenvolvimento do atleta seria resultado do crescimento do treinador.
Para a conselheira do CNE, Marta Cléria Lima, o projeto revolucionará o atletismo brasileiro, já que se trata de uma prática esportiva que não necessita de grandes investimentos. Segundo ela, o Brasil precisa de melhores resultados. “Temos vários exemplos de países com menor quantidade de atletas do que aqui, como, por exemplo, o Quênia e a Etiópia, que tem mais medalhas olímpicas na modalidade do que o Brasil. Precisamos crescer no atletismo. É o esporte que demanda menos investimento, pois, para correr, só é preciso um tênis”, explicou a conselheira.
O acompanhamento do desempenho vai ajudar na escolha dos atletas que irão disputar torneios no Brasil e no exterior, já que hierarquia de patrocínios e influência muitas vezes se sobressai ao talento dos atletas. “Com o monitoramento, não teria essa de escolher algum atleta por simpatia. Na hora da convocação irão consultar o software, onde estarão todas as informações sobre os atletas de ponta e seus respectivos desempenhos. Os melhores serão selecionados”, disse Marta Cléria.
Além da apresentação do projeto, a próxima reunião do CNE marcará a posse do novo presidente da Comissão Nacional dos Atletas (CNA), o velejador medalhista olímpico Lars Grael.
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Ranking
Um estudo realizado pelo dinamarquês Jens Jakob Andersen, fundador do site de corrida RunRepeat.com e membro da Copenhagen Bussiness School, constatou o crescimento de 40% no número de maratonistas amadores no Brasil, de 2009 para 2014. Mesmo com aumento representativo em relação ao crescimento global, que ficou em 13,5%, o país ocupa apenas a 33ª posição em ranking de velocidade composto por 47 países.