Caroline Romeiro (*)
O período de festas de fim de ano costuma vir acompanhado de mudanças na rotina, horários irregulares e refeições diferentes do habitual. Ao retomar a rotina, o mais importante é abandonar a lógica da culpa e adotar uma postura de cuidado.
Pequenas ações, como voltar aos horários das refeições, cozinhar mais em casa e priorizar alimentos frescos, já ajudam o organismo a reencontrar seu ritmo. Quando a alimentação volta a ser organizada e prazerosa, o corpo responde com mais disposição e bem-estar.
Muitas pessoas acreditam que, depois dos excessos, é preciso restringir drasticamente a alimentação para “compensar”. Este é um dos equívocos mais comuns.
Dietas muito rígidas, jejuns prolongados ou exclusões radicais tendem a gerar ansiedade e dificultam a manutenção de hábitos saudáveis.
Uma alimentação equilibrada se constrói com variedade, cor e regularidade, respeitando a cultura alimentar brasileira e a rotina de cada pessoa, e não com proibições extremas.
O organismo humano é preparado para se ajustar quando encontra condições favoráveis. Em poucos dias de retorno a refeições equilibradas, boa hidratação e sono adequado, já é possível notar redução de inchaço, melhora da digestão e mais energia.
Não há necessidade de recorrer a práticas milagrosas ou modismos “detox”. O funcionamento adequado do corpo depende muito mais da constância do que de soluções rápidas.
Por fim, é importante lembrar que festas fazem parte da vida e cumprem um papel social e afetivo importante. Alimentação saudável não se resume a períodos específicos do ano, mas a um processo contínuo de escolhas possíveis e conscientes.
Retomar a rotina após o fim de ano pode ser encarado como um convite à reconexão com o próprio corpo, com menos julgamento e mais atenção às necessidades reais do dia a dia.
(*) Mestre em Nutrição Humana, Coordenadora Técnica de Nutrição do Conselho Federal de Nutrição e Docente do Curso de Nutrição da Universidade Católica de Brasília (UCB)