Uma live com duas horas de duração, transmitida pelo YouTube na noite de segunda-feira (13), conseguiu algo que não se via em Brasília desde a campanha da redemocratização do Brasil, na década de 1980: unir políticos de várias vertentes da esquerda em defesa de uma causa.
O Manifesto em Defesa da Vida reuniu numa sala de bate-papo os ex-governadores Rodrigo Rollemberg (PSB) e Cristovam Buarque (Cidadania), a deputada federal Erika Kokay (PT), os distritais Arlete Sampaio e Chico Vigilante, do PT, Fábio Félix (Psol) e Leandro Grass (Rede), além de Toninho do Psol e o advogado Marivaldo Pereira, que concorreu ao Senado em 2018 pelo Psol.
O encontro foi mediado por Leandro Couto e Rubens Bias e teve como um dos organizadores o jornalista Hélio Doyle. Algumas lideranças convidadas, que assinaram o manifesto mas não puderam participar da live, ajudaram na coleta de assinaturas para o manifesto. Entre elas, o senador José Antônio Reguffe (Podemos).
Os participantes convergiram em dois pontos: críticas ao governo federal pelo encaminhamento das políticas de combate à pandemia e reconhecimento de que o governador Ibaneis Rocha teve um bom início, ao ser um dos primeiros a adotar o isolamento social, mas teria se precipitado na retomada das atividades econômicas.
“Bolsonaro politizou e negou a pandemia, sabotou as medidas para enfrentá-la e é o maior responsável pela dimensão que a covid-19 tem no Brasil. Ibaneis errou ao endossar a tese criminosa do governo federal de contaminação do rebanho e, para agradar Bolsonaro e a empresários, romper o isolamento, desconhecendo o que dizem cientistas, epidemiologistas e sanitaristas”, disse Doyle.
Para o grupo, a reabertura prematura de várias atividades atrasou a retomada segura. “Se a quarentena fosse mantida durante 60 dias a retomada seria mais rápida”, concluíram.