Tancredo Maia Filho (*)
Duas amigas, Marie e Livinha, telefonaram dizendo que também leem a coluna. Ótimo! Já são 19 os meus leitores. Livinha aproveitou e perguntou por que alguns nomes dos autores dos nomes científicos vêm entre parênteses e outros não. Todas as aves, assim como os demais seres vivos, recebem um nome que é único e válido em todo o mundo.
A definição de um nome científico ou a mudança de nome de uma espécie é feita pela Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN, sigla em inglês), fundada em 1895, e que segue os princípios elaborados por Linnaeus (1707-1778), botânico e zoólogo, considerado o pai da taxonomia moderna.
O nome científico é formado por duas palavras (em latim ou latinizadas): a primeira é o gênero ao qual a espécie pertence, e a segunda é aquela que vai definir a espécie. Na espécie que apresentamos, Xolmis cireneus (Vielliot, 1816), Xolmis é o gênero ao qual a primavera pertence. A segunda palavra, cinereus, vem do latim e significa cinzento ou cor de cinzas.
A primavera foi descrita pela primeira vez por Louis Pierre Vieillot, ornitólogo francês, em 1816. Seu nome aparece entre parênteses. Isto significa que, apesar de Vielliot ser considerado o “autor” da espécie, o nome dela já sofreu alterações.
Originalmente, a primavera tinha outro nome, mas com novos estudos, pesquisadores chegaram à conclusão de que ela pertence a outro gênero. Por isto o nome do autor entre parênteses. Quando nome de quem descreveu a espécie vem sem parênteses quer dizer que o nome da espécie é o original.
PRIMAVERA – Xolmis cireneus (Vielliot, 1816) – É inverno, mas quem está dando show no Parque da Cidade é a Primavera, com seus inconfundíveis olhos vermelhos. Também conhecida como pombinha-das-almas, tem corpo cinzento e branco, com asas pretas. Para caçar insetos costuma pousar em pontos altos (postes, mourões, antenas), de onde se lança em voos rápidos e curtos, mostrando sua principal característica: uma faixa branca em cada asa. Mede cerca de 22cm.
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