Foram 30 mil litros de gasolina vendidos a R$ 2,23 no posto Jarjour da 206 Norte nesta quinta-feira (21). A pechincha é um protesto contra a alta carga tributária brasileira e faz parte do Dia da Liberdade de Imposto, promovido pela Câmara de Desenvolvimento Lojistas Jovem do Distrito Federal (CDL-Jovem).
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Exatamente 1500 pessoas passaram pelo posto e formaram filas quilométricas para aproveitarem a oferta. Também foi vendido um automóvel Peugeot 208 Hatch Active 2015. O veículo tem preço de mercado de R$ 45.990, mas, sem tributos, saiu por R$ 32.752. O comprador foi o cliente que levou a carteira de trabalho com mais tempo assinada pela mesma empresa.
Antônio Tenório chegou ao posto às 7h26 da manhã e foi atendido às 10h36. O advogado afirma que a espera vale mais pelo protesto do que pela economia em si. “Quem tiver tempo deve sempre participar destas iniciativas. O desconto é importante, claro. Qualquer medida para diminuir a mordida no bolso do consumidor é válida. Mas o protesto é a principal bandeira. Precisamos pensar no tanto de imposto que pagamos diariamente”, afirma.
De acordo com o presidente da CDL, Raphael Paganini, os impostos no Brasil são muito altos. “Aproximadamente 40% do que consumimos são impostos. É um índice elevadíssimo, poucos países no mundo possuem esses índices. A diferença é que esses países são altamente desenvolvidos, como a Noruega e a Alemanha, onde a contrapartida governamental e a utilização desses impostos é melhor”.
Segundo a empresária Monya Jarjour, uma das proprietárias do posto, é preciso mostrar que os consumidores não são os únicos afetados pelos impostos elevados. “Também é uma iniciativa para demonstrar que o empresário não é o vilão da história, que a gente também sofre com essas altas cargas tributárias e a gente acaba tendo que repassar isso para ele. Quando veio o convite [para participar da iniciativa], a gente achou superapropriado pela bandeira que o posto levanta.”
Cruzes
Em frente ao posto também foram enterradas 50 cruzes representando as empresas que fecham as portas no Brasil. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 76,1% das empresas fecham as portas após um ano de atividade.
Para mostrar o impacto dos impostos no comércio de alimentos, a CDL deixou à mostra dois carrinhos de compras cheios de produtos. Um mostrava o que é possível comprar com um salário mínimo atualmente e o outro mostra o que seria possível comprar com o mesmo salário sem os impostos.