Brasília foi tomada pelo Carnaval fora de época e dividiu cena com a crítica na capital federal. Com o objetivo de festejar os 35 anos de carnavais do Pacotão e, ao mesmo tempo, unir força aos protestos que vêm tomando conta do País, a Confraria do Pacotão e a Liga dos Blocos Tradicionais de Brasília realizaram a 2ª Picarecandanga. Cerca de 30 pessoas participaram do evento.
Em tom de brincadeira, a festa também contou com uma votação secreta para eleger o maior “picareta” do ano. Com 35% dos votos, o governador Agnelo Queiroz levou a melhor nas urnas. O ranking contou com outros nomes de peso: com 15% dos votos, o pastor Marcos Feliciano conquistou o segundo lugar; e a terceira posição teve disputa acirrada e terminou com empate entre José Sarney, José Dirceu e Gilmar Mendes.
Receio
Segundo o cantor e compositor José Antônio Filho, conhecido como Joka Pavarotti, a Picarecandanga tem cunho social e político. “É um ato carnavalesco político anarquista contra a corrupção, violência e à criminalização dos movimentos sociais. Além da confraternização, o nosso objetivo é participar do cenário no qual estamos inseridos”, explica.
Ele destaca que os últimos acontecimentos, nos quais profissionais da imprensa foram agredidos por policiais, acenderam sinal de alerta para os foliões. “Diante de tudo o que vem acontecendo, estamos com muito medo da criminalização contra esses movimentos. As pessoas saem para as ruas de forma pacífica e em função de poucos que não têm o mesmo objetivo, acabam sendo vítimas de violência por parte dos policiais”, alega.