José Matos (*)
O psicanalista Alfred Adler ensinou que, em geral, o ser humano sente-se inferior, e tenta compensar essa suposta inferioridade buscando o poder ou realizando um ideal. Jung discordou, e afirmou que o sentido da vida é a autorrealização, desejo natural de todo ser humano.
Embora pareça contraditório, não há contradição. Depende do nível de evolução de cada um. Até hoje, no entanto, o que os estudiosos da mente humana não perceberam é que o ser humano, sentindo-se inferior, como afirmou Adler, busca outras compensações além do poder ou ideal.
É o caso dos títulos e homenagens que criam, e das comparações que fazem com outras pessoas para darem-se importância, esquecidos do que o Mestre ensinou: “Ame o próximo como a si mesmo” e “vós sois deuses e o que eu faço vocês também podem fazer e até mais do que eu”.
No Brasil e em todo o mundo têm crescido as manifestações de racismo e os fascistas e nazistas não escondem mais as suas visões de falsa superioridade. Por ocasião da escravidão, espalhava-se a informação de que os negros não tinham alma e, por isto, eram tratados como animais sem direito algum.
Tentando reparar essa injustiça, o governo do presidente Lula criou as chamadas cotas raciais e o Dia da Consciência Negra, reivindicações antigas de vários movimentos negros.
Como dizia o presidente norte-americano John Kennedy, “governar é administrar pressão”. Os movimentos negros precisam continuar unindo-se cada vez mais, reivindicando suas pautas e elegendo quem tenha compromisso com elas, até que tenhamos uma sociedade igualitária.
Martin Luther King, o grande pastor negro americano, seguidor de Mahatma Gandhi, defensor das causas dos negros, que acabou assassinado pelos racistas, dizia: “Aprendemos a voar como os pássaros e a nadar como os peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos”.
Dr. King, como era chamado, pregava uma resistência não-violenta e uma postura de amor ao próximo. Não obstante, só a consciência negra não é suficiente. Para um país que se diz cristão, é preciso, por parte dos ditos cristãos, principalmente os brancos, consciência cristã de amor ao próximo.