Se antigamente era normal ter filhos por volta dos 20 anos de idade, hoje grande parte das mulheres tem seu primeiro filho após os trinta anos. A mulher moderna adia a maternidade em função da sua vida profissional e, muitas vezes, quando resolve ter filhos é preciso buscar ajuda de especialistas em reprodução assistida. O grande problema é que quando muitas resolvem ter filhos, a fertilidade delas já entrou em declínio. “O pico de fertilidade da mulher é entre os 20 e 25 anos de idade. Após os 35 anos, a fertilidade feminina entra em declínio progressivo”, explica o ginecologista Jean Pierre Barguil Brasileiro, especialista em Reprodução Humana e diretor do Instituto Verhum. “A idade da mulher é um dos fatores naturais que afetam a sua capacidade reprodutora”, confirma o ginecologista Vinicius Medina Lopes, também especialista em Reprodução Humana e diretor do Instituto Verhum.
“Seja por questões pessoais ou de saúde, a preservação da fertilidade através da técnica de congelamento é indicada para mulheres que pretendem adiar a maternidade. A técnica amplia as possibilidades de uma gravidez saudável numa idade mais avançada”, explica Jean.
Para preservar a fertilidade feminina, a técnica de vitrificação é uma das que apresenta os melhores resultados. O método de criopreservação permite o ultra-resfriamento dos óvulos em baixíssima temperatura (-196ºC) e de forma muito rápida, garantindo a sua qualidade no ato do descongelamento ou desvitrificação para fertilização em seguida. Considerado um método mais avançado de criopreservação, a vitrificação proporciona taxas de gestação altas, uma vez que o procedimento preserva as características, a idade e a qualidade dos gametas femininos. Durante o processo de congelamento, os óvulos são desidratados e tratados com substâncias crioprotetoras antes de serem congelados.
O método também é indicado para casos de pacientes oncológicos, que precisem passar por quimioterapia e radioterapia. Esses tratamentos podem afetar a função hormonal e até causar uma infertilidade irreversível. “Nem todas as mulheres em tratamento do câncer vão ter problemas de infertilidade temporária ou permanente, depende muito da idade, do tipo de tumor, das drogas utilizadas e da intensidade (dosagem) do tratamento”, explica o médico Vinicius Medina Lopes. “É importante que após o diagnóstico de um câncer a mulher, especialmente aquela paciente mais jovem e que ainda não teve filhos, converse com seu oncologista sobre os riscos do seu tratamento causar infertilidade. O oncologista deve avaliar esse risco e, quando for necessário, orientar a paciente para a possibilidade de congelar seus óvulos, preservando sua capacidade de ser mãe,” orienta o especialista. “Após superar a doença, as pacientes retomam sua vida normal e, consequentemente, muitas delas em algum momento de suas vidas vão querer ter filhos,” acrescenta.