A Secretaria de Saúde do Distrito Federal aguarda contraprova para confirmar diagnóstico do primeiro caso de infecção por coronavírus na capital. Uma paciente de 52 anos teve primeiro resultado indicado como positivo em um laboratório particular da capital. Para confirmação, amostras clínicas serão analisadas em São Paulo, no Instituto Adolfo Lutz, como prevê o Ministério da Saúde (MS). Ela será transferida ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
Recentemente, a paciente esteve no Reino Unido e na Suíça. Ela começou a apresentar os sintomas em 26/02 e deu entrada no pronto-socorro de uma unidade particular na quarta-feira (4) com sintomas de febre, tosse e secreções. Ela está em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e foi solicitada remoção ao Hran porque o hospital particular informou que não está preparado para atuar no caso. A unidade pública é uma das unidades de referência para tratamento da doença no DF. Lá, será realizado o protocolo clínico indicado para esses casos, com procedimentos de controle de infecção necessários.
“Não há motivo para reação exacerbada. Tratamos o caso como importado e não há transmissão local no DF”, Eduardo Hage, infectologista da Secretaria de Saúde.
Infectologista da Secretaria de Saúde, Eduardo Hage conta que após a notificação do resultado preliminar positivo, a pasta deu início ao protocolo de busca de pessoas com quem a paciente teve contato, seja durante a viagem, seja na chegada ao país. Ela teve contato direto com dois familiares, que receberam recomendação de isolamento domiciliar. A lista de passageiros que compartilharam os voos foi solicitada à Anvisa. “Todos serão monitorados, acompanhados e, quando necessário, terão amostras colhidas e analisadas”, explica.
A notícia não é motivo para pânico, garante o infectologista. “Não há motivo para reação exacerbada. Tratamos o caso como importado e não há transmissão local no DF”, ressalta Eduardo Hage. A recomendação de prevenção é manter e fortalecer questões de higiene, com lavagem frequente das mãos com material adequado (água e sabão ou álcool gel) e manter a chamada etiqueta respiratória – com cuidados para conter o espirro –, especialmente em épocas sazonais de gripes. De acordo com o médico não há diferença na atuação clínica do coronavírus dos outros casos sazonais de influenza.
A contraprova não será realizada no Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) porque a unidade ainda não recebeu os insumos necessários, distribuídos nos últimos dias pelo MS, para habilitação e capacitação da unidade para que exames sejam feitos na capital. A previsão é que o resultado do exame em São Paulo saia em até três dias.
As informações foram fornecidos em coletiva de imprensa concedida na noite desta quinta-feira (5) no Salão Nobre do Palácio do Buriti. Participaram do pronunciamento o secretário de Saúde, Osnei Okumoto; o secretário adjunto de Saúde, Ricardo Tavares; o presidente do Instituto de Gestão de Saúde do DF (Iges-DF), Francisco Araújo; e o chefe da Casa Civil, Valdetário Monteiro.
Articulação
Desde 29 de fevereiro o DF está em situação de emergência no âmbito da saúde pública, em razão do risco de pandemia do coronavírus. A medida permite alinhar ações de enfrentamento da doença por 180 dias. A capital segue as recomendações do Ministério da Saúde e monitora a situação, diariamente, por meio do Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (Cievs-DF).
Foi criado um Plano de Contingência que sistematiza ações e procedimentos de resposta. O texto pode ser alterado conforme mudanças na situação da doença na capital, que é monitorada periodicamente. Na capital, a rede pública está preparada para atender pacientes infectados pelo coronavírus.
O Hospital Regional da Asa Norte (Hran), unidade habilitada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a possível ocorrência do vírus, está com um andar isolado exclusivamente para atendimento. O Hospital de Base dispõe de metade de um andar disponível para o mesmo tipo de situação.