O administrador de Taguatinga, Bispo Renato Andrade, disse ao Brasília Capital que fará “o que o Comitê Taguatinga Verde decidir em relação ao plantio de árvores na Avenida Comercial”. No início da semana, o coordenador de Licenciamento e Obras da Regional, André de Araújo, detalhou croquis do projeto de revitalização da via elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) que preveem que serão plantadas um jucá, um jasmin manga e um ipê mirim.
As espécies, de portes médio e grande, estão previstas para serem plantadas nas quadras C-7 (ao lado da Administração Regional), na QNA 1 (esquina da Avenida das Palmeiras) e na QNA 42 (próximo ao Sesc). As três árvores farão companhia à munguba que há anos sobrevive solitária na QNE 17, em frente à agência do Banco do Brasil, como única árvore ao longo dos quatro quilômetros da Comercial Norte da cidade.
Bispo Renato Andrade ainda marcará a data para o plantio das três árvores, em consonância com a agenda do Comitê Taguatinga Verde, do qual fazem parte várias entidades, sob a mediação do presidente da Associação Comercial (Acit), Justo Magalhães.
A definição dos primeiros três pontos de plantio e o tipo de árvore baseou-se na análise de locais que não serão afetados por obras de infraestrutura, como a substituição da rede de águas pluviais, e da altura que cada planta pode atingir, de modo a não comprometer a fiação da rede elétrica pública da Companhia Energética de Brasília (CEB).
Escolha das espécies gera polêmica
No entanto, tão logo o site www.bsbcapital.com.br publicou a matéria sobre a decisão da Seduh e da administração, na terça-feira (23), ambientalistas entraram em contato com a redação para contestar a escolha das espécies. Eles defendem que sejam plantadas árvores nativas do Cerrado.
Embora elogie a iniciativa dos dois órgãos do GDF, João Bruno Vidal, coordenador do Projeto Reflorir, observa: “O ipê-mirim (tecoma stans) está relacionado como uma espécie exótica invasora – Instrução Normativa nº 409/2018 – Ibram/Presi. O plantio dessa espécie não é recomendado”.
“O ipê mirim, de origem nas Américas do Norte e Central, é proibido em alguns países e mesmo em alguns estados brasileiros. Ele abafa a vegetação natural, diminui a biodiversidade, não atraí insetos e aves. A dispersão das sementes ocorre o ano todo, de forma descontrolada”, emenda Edmi Moreira, do Movimento Ecos do Cerrado.
Segundo o gestor ambiental e idealizador do Ecos do Cerrado, o jasmim manga, originário do México, é uma planta leitosa, que pode ter graves consequências, caso inalado por crianças ou animais. “A própria munguba da QNE 17, também conhecida por castanheira do Maranhão, não é do Cerrado, e sim da América Central e de alguns países da América do Sul”.
Viveiros – Edmi Moreira garante ter mais de 700 mudas de espécies do Cerrado em seus viveiros para doações. “Somos responsáveis por plantios em cerca de 10 parques, inclusive o Taguaparque, e estamos à disposição para colaborar em projetos que tenham a responsabilidade de proteger nossos biomas”, completa ele, lembrando que o atual período de chuvas é o ideal para o plantio de árvores.
O representante do Coletivo Manifesta Taguá, Sebastião Lima Rodrigues, o Maninho, comemora a disponibilidade da Administração Regional de apoiar a demanda da comunidade pelo plantio de árvores na Comercial. “O mais importante é que estamos alcançando resultados fundamentais para Taguatinga. Resultados estes que podem e vão reflorestar nossa mais importante avenida, torná-la mais humana, mais respirável, mais romântica”.
Comitê Taguatinga Verde
A Comercial é a principal avenida de Taguatinga. Mas, ao longo da via, existe apenas uma árvore. A constatação foi feita pelo sindicalista Jacy Afonso em artigo publicado na edição 493 (5 a 11 de dezembro) do Brasília Capital. Surgiu, então, o movimento suprapartidário Comitê Taguatinga Verde para o plantio de árvores na cidade.
Com mediação do presidente da Acit, Justo Magalhães, o grupo fez a última reunião no dia 16 de dezembro para definir estratégias. Na próxima semana, será marcado um novo encontro para definir as sugestões do grupo em relação às espécies a serem plantadas e as datas possíveis, conciliando com a agenda do administrador Bispo Renato Andrade.
Projeto Drenar – Taguatinga também será uma das cidades beneficiada pelo projeto Drenar, da Secretaria de Obras do GDF, que substituirá antigas galerias de águas pluviais. As tubulações devem ser instaladas nas avenidas Hélio Prates e Comercial Norte, com previsão de uma grande intervenção urbana, possivelmente após a conclusão do túnel que está sendo construido no centro da cidade.
Cconfira a lista dos participantes do Comitê Taguatinga Verde, que organiza as ações para plantio de mudas em toda a Região Administrativa, além do paisagismo da Comercial, da área central e da parte Sul da via.
– ACIT – Justo Magalhães Moraes
– Administração Regional de Taguatinga – Bispo Renato Andrade
– ACIVIP – Reynaldo Taveira
– Contrac’s/CUT – Julimar Roberto
– Diretório Zonal do PT – Pedro Lacerda / Adriana da Luz
– Sindicato dos Bancários – Wadson Francisco Boaventura
– Coordenação Regional de Ensino – Juscelino Carvalho / Cristina Cruz
– PT-DF – Jacy Afonso
– PT-DF – Ana Araújo
– Academia Taguatinguense de Letras (ATL) – Admilson Queiroz de Souza (representando o presidente Gustavo Dourado)
– CUT Brasília – Rodrigo Rodrigues / Washington Domingues Neris
– MR Soluções Sustentáveis – Marcelo Melo
– Lions Clube – Edvaldo Brito
– Sittrater-DF – José Wilson Cabral Filho / Wanderson Moreira Corrêa / Aldemir F. da Silva
– CMP-DF – Brida Luiza / Nina Amorin
– Jornal Brasília Capital – Orlando Pontes / Antônio Sabino