Fernando de Noronha é conhecido virtualmente por todos os brasileiros, embora alguns poucos tenham desfrutado de dias ensolarados no arquipélago. (Confesso que ainda espero uma conjugação de Marte com Vênus para conhecer o paraíso.)
Poucos conhecem, mas muitos ricaços empreendedores que singram os mares em iates, aportam por ali, enxergando a bufunfa em vez da paisagem. Daí, sugerem que Noronha passe a atracar aqueles meganavios, também chamados de quitinetes. Literalmente babam com os cifrões que encherão seus cofres em offshores. (Dado o território em que estamos, melhor seria usar o termo paraíso. Paraíso fiscal.)
O problema que esses senhores não enxergam é a tragédia que anunciam. (Ou melhor, enxergam, mas não querem ver, pois já têm compradas as passagens pra Marte, no aeroplano do Musk).
Sim, tragédia. Pesquisadores descobriram que, nos dias de hoje, a poluição por esgoto afeta a área do Parque Nacional, que representa 70% das ilhas. Problemas semelhantes existem em 13 áreas da APA (Área de Proteção Ambiental): falta de saneamento, crescimento do turismo, trouxeram para suas águas derivados de petróleo, fezes humanas, microplásticos (a nova ameaça à vida).
É pouco? Parece que não: a concessão para o gerenciamento será dada à iniciativa privada, entidade que anda mesmo muito preocupada com o bem-estar das populações – e não com o borderô de fim de ano, exclusivo dos investidores.
É isso? Então By, By, Brasil, filme de Cacá Diegues, agora nosso saudoso cineasta.