Se um homem for atacado por uma gangue de tarados sexuais, num parque vazio, numa estrada remota, ou numa boate lotada, nenhum delegado – pelo menos até aqui – perguntará com que roupa o rapaz estava, se olhou languidamente para os pervertidos, ou se sugeriu que concordava com a violência.
Até hoje este era o padrão de perguntas feitas a uma mulher vítima de estupro, o que, em realidade, significava – para o inquiridor – que a mulher tinha culpa no cartório.
Pois, (quem sabe?), são os olhares furtivos das mulheres que despertam nos homens esta sanha que estimula cidadãos normais, cumpridores de seus deveres e responsabilidades, atentos à sua imagem de pessoas íntegras, posto que religiosas e tementes a Deus.
Esta era a premissa. Não é mais. Ainda bem que a Justiça proibiu a culpabilização das mulheres quando violentadas.
Não se trata de decote ou minissaia que inspiram tais atos, mas da certeza da impunidade.
De qualquer forma, mulheres, é bom ficarem atentas, pois o preconceito continua a imperar.
Lembrete. Pastor acusado de abusar de seguidoras diz que agiu inspirado numa norma – escrita em pedra – que faculta aos iluminados “quebrar a maldição de fiéis”.