Começa neste sábado (10) a campanha de vacinação contra a raiva para gatos e cães de áreas urbanas do Distrito Federal. Neste dia, serão imunizados animais em 21 localidades, em 244 postos. A força-tarefa prossegue no dia 17 em 292 unidades de outros 12 setores.
A meta da Secretaria de Saúde é vacinar 240 mil animais nessas áreas, o equivalente a 80% da população desses bichos no DF. O Ministério da Saúde disponibilizou 300 mil doses, diz a pasta. Os postos funcionam das 9h às 17h nos dois dias.
A campanha começou em 27 de agosto, para cães e gatos de áreas rurais. Segundo a pasta, foram 32 mil animais imunizados nesta etapa.
De acordo com o médico veterinário Laurício Monteiro, da Vigilância Ambiental, a vacina tem 95% de garantia de proteção. \”Ela é segura, eficaz e quase sem efeitos colaterais.\”
Devem ser vacinados todos os cães e gatos que estejam saudáveis, com no mínimo 3 meses de idade, inclusive fêmeas grávidas ou em amamentacão. Se esta for a primeira vacina do animal, após 30 dias ele deve ser levado a uma das oito unidades da Vigilância Ambiental para reforço da dose.
Segundo o subsecretário de Vigilância à Saúde, Tiago Coelho, cães e gatos são o alvo da campanha porque são os mais atingidos pela doença e porque a predominância de outros animais é muito menor.
No ano passado, o sistema público de saúde do DF atendeu 15 mil pessoas mordidas por animais. Em 2016 já foram contabilizados cerca de 8 mil casos. Coelho afirma que a erradicação da raiva em animais é essencial para impedir que a doença se manifeste na população humana. O único caso de raiva humana na capital federal foi em 1978. Em animais, os casos mais recentes em cães e gatos foram em 2000 e 2001, respectivamente.
Como a vacina é fornecida pelo governo federal, o custo para a Secretaria de Saúde foi apenas com equipes de trabalho, 300 mil seringas, vale-refeição para os funcionários e transporte. O valor gasto com a campanha nas áreas urbana e rural é de R$ 150 mil. \”Como a força de trabalho é a nossa do cotidiano, os gastos foram com almoço nos dois dias e as seringas descartáveis\”, afirmou o subsecretário.
Cerca de 2 mil profissionais da pasta, parceiros das Forças Armadas e estudantes voluntários de veterinária e de medicina da UnB compõem a equipe de vacinação. Os postos serão divididos pela metade do contingente em cada dia de imunização. \”Montamos uma estrutura quase de guerra para ter essa capilaridade, porque não há como estar em todos os lugares no mesmo dia\”, disse Coelho.
Não existe nenhuma campanha de vacinação com foco em animais de rua atualmente. Segundo Laurício Monteiro, o DF tem um número muito baixo de animais nesta circunstância.
O veterinário afirma que o Ministério da Saúde considera o indíce de desenvolvimento humano da cidade para planejar ações de vacinação animal. \”Quanto maior o IDH, menor a possibilidade de ter animais de rua.\”
Por onde a campanha vai passar
A campanha será realizada neste sábado em Águas Claras, Asa Norte, Asa Sul, Candangolândia, Cruzeiro, Jardim Botânico, Fercal, Itapoã, Lago Norte, Lago Sul, Núcleo Bandeirante, Paranoá, Park Way, Planaltina, São Sebastião, Sobradinho I e II, Sol Nascente, Sudoeste, Varjão e Vicente Pires.
No dia 17, a imunização ocorre em Brazlândia, Ceilândia, Estrutural, Gama, Guará I e II, Recanto das Emas, Riacho Fundo I e II, Samambaia, Santa Maria e Taguatinga.
Raiva
A raiva pode ser transmitida para o homem pela introdução de um vírus presente na saliva e secreções do animal infectado, principalmente pela mordida. Cães, gatos e mamíferos silvestres, como morcegos e raposas, são considerados animais de alto risco para transmissão do vírus da raiva humana.
A doença é letal. \”Existem apenas seis casos de cura da raiva no mundo\”, afirmou o veterinário da Vigilância Ambiental em Saúde, Laurício Monteiro.
\”O único caso de raiva humana no DF ocorreu em 1978. E em cães e gatos, nos anos 2000 e 2001, respectivamente. Mas o fato de estar controlado não significa que os donos destes animais não precisem leva-los para vacinar. Pelo contrário, é extremamente necessário que levem, para mantermos sem a doença, que tem 100% de letalidade\”, afirmou o veterinário.
A Gerência de Vigilância Ambiental de Zoonoses recomenda que os cães sejam levados com coleira e aqueles mais agressivos, de focinheira. É preferível levar gatos dentro de uma caixa. As 271 mil doses da vacina foram enviadas pelo Ministério da Saúde e o governo de DF investiu em seringas e agulhas suficientes para cobrir os 80% do público alvo.