A Esplanada dos Ministérios ficará sem as comemorações de réveillon neste ano. A festa é uma das maiores e mais tradicionais de Brasília, prestigiada anualmente por 200 mil pessoas. Segundo a Secretaria de Cultura (Secult), o cancelamento faz parte de um esforço para economizar o dinheiro do DF. Em 2013, o investimento nas celebrações de fim de ano custou R$ 4 milhões dos cofres públicos.
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O governador Agnelo Queiroz (PT) proibiu novos gastos em todas as secretarias e entidades do Governo do Distrito Federal (GDF). Em cumprimento ao Decreto nº 35.943, de 24 de outubro de 2014, a contratação de fornecedores e a produção de eventos ficaram suspensas. Também foram cortados pagamentos de horas extras e antecipações de gratificações. Portanto, diante da impossibilidade financeira, a Secretaria de Cultura não foi autorizada a programar o ano-novo de 2014.
Um ano atrás, famílias do Distrito Federal tiveram a oportunidade de ver, de graça, a performance de Luan Santana e Ellen Oléria, entre outros. O brasiliense está acostumado com a festança e espera por ela. Nos palcos da virada, aqui, já se apresentaram famosos como João Bosco e Vinícius e Chitãozinho & Xororó. “Venho todo ano, acho que os shows são a melhor parte. É muito produzido e emocionante. Trago a família toda”, explica o cozinheiro Cristóvão da Rocha, 25 anos.
A queima de fogos de artifício, que custou R$ 499 mil e iluminou o céu da capital durante 18 minutos em 2013, é o momento mais aguardado, para muitos. Para a auxiliar administrativa Lara Abreu, 19 anos, trata-se do ponto alto da virada. “Simboliza o recomeço. É quando acreditamos que o novo ano está chegando de verdade. Fazemos promessas. Fico emocionada”, garante.
“Péssima troca”
A programação do réveillon começava por volta das 21h e seguia até de madrugada. No ano passado, às 3h, o palco principal do evento ainda vibrava ao som da banda Sorriso Maroto. “Dava pra vir com toda a família. A gente trazia nossa bebida, o gelo, algumas cadeiras e tínhamos a melhor noite do ano. Agora, vou ficar em casa vendo os especiais da televisão. Péssima troca”, reclama a ambulante Vera Nogueira.
Policiamento
Natural de Mato Grosso do Sul, o consultor Jean Araújo, 23 anos, ainda não teve a oportunidade de ir ao evento. “Infelizmente, não vai ser desta vez. Ouço falar muito bem do réveillon da Esplanada, e fiquei surpreso em saber que não será realizado”, explica. O jovem disse não ter ideia de nenhuma outra atividade gratuita tão completa quanto essa festa. “É complicado você deixar a população no escuro. Todo ano, há esse esquema. Acho complicado mudarem tudo e não se preocuparem com quem faz disso a opção principal”, diz.
A Secretaria de Segurança Pública informou que o policiamento nas áreas comerciais da cidade será reforçado durante todo o mês de dezembro. Porém, como o réveillon foi cancelado, não haverá escala especial no contingente da Polícia Militar (PM). Um planejamento deverá ser concluído até o fim do mês, mas sem que seja necessário modificar o efetivo normal de plantonistas.
Natal no escuro
A tradicional iluminação natalina nos monumentos da cidade também deve sofrer com a falta de verba do GDF. A Administração de Brasília, a Secretaria de Cultura e a Secretaria de Turismo, citadas pelo governo como responsáveis pela decoração, negaram ter essa responsabilidade.